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“Não houve desenvolvimento nenhum” com o Consulado do Cazaquistão

Bruno José Ferreira
Política \ terça-feira, maio 07, 2024
© Direitos reservados
Passados três anos da instalação do Consulado do Cazaquistão em Guimarães, esta estrutura muda de instalações. Oposição fala numa “ausência de estratégia”.

O executivo vimaranense aprovou esta segunda-feira em reunião de câmara a deslocalização do Consulado do Cazaquistão do Largo da Oliveira – antigos Paços do Concelho – para o edifício onde funcionou o Cybercentro de Guimarães. A mudança já ocorreu, sendo que a oposição pediu um balanço ao município.

“Em 2021 esta instalação do consulado, um espaço de diplomacia, motivou por parte do presidente da Câmara várias considerações de esperança, um sinal de que se estava a iniciar um novo período por parte do município”, recordou Bruno Fernandes, batendo num assunto já por si levado várias vezes a este órgão: “Os municípios devem ter na sua estrutura, mas mais do que isso, na sua ação, uma política de desenvolvimento económico e de captação de investimento”.

Na sequência destes argumentos, o vereador da oposição pediu um “balanço destes três anos”. “Que novos negócios e oportunidade se proporcionaram? Como evoluiu a presença de Guimarães além fronteiras?”, questionou, lembrando a suposta geminação com a cidade do Turquistão.

À boleia desta questão do Cazaquistão, Bruno Fernandes elencou vários problemas que, em seu entender se têm verificado, como “o acesso aos parques industriais” ou os próprios “parques industriais”, assim como a falta da “dinâmica de cidade”, manifestando uma vez mais preocupação com as “muitas lojas fechadas” no centro da cidade.

Domingos Bragança contrapôs que são esperados “resultados de médio longo prazo”, contextualizando que “é bom que tenhamos em conta a história do que aconteceu a seguir a 2021”, nomeadamente “uma guerra na proximidade, o Cazaquistão faz fronteira com a Rússia”.

Não se alongando em relação a esta questão, proferindo após a reunião que “a pergunta deve ser feita às empresas que mantêm negócios com o Cazaquistão”, Bragança centrou-se na mudança de instalações do consulado, que apenas ficariam naquele espaço “temporariamente”.

De resto, o presidente da Câmara referiu que “estamos a trabalhar as questões dos acessos aos parques industriais”, mencionando a Via do Avepark. “Há o Avepark, cuja via está parada por questões de tribunais. Tem o vosso voto contra, que tem peso. Tenho dois investimentos muito grandes no Avepark, da Coreia do Sul, que estão dependentes desta via.

Ricardo Araújo acabou por também intervir, sendo crítico da governação municipal. “Alguém achou piada na altura e aprovou-se. Mas não houve desenvolvimento nenhum, porque não há estratégia. Demos um espaço nobre da nossa cidade a uma estrutura, mas não houve desenvolvimento nenhum. Zero”, concluiu.

A discussão na reunião de câmara sobre o Consulado do Cazaquistão teve lugar em vésperas da vinda do embaixador daquele país em Portugal para reunir em Famalicão com empresas do setor têxtil.  

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