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Na Citânia de Briteiros, à espera que as ondas hertzianas tragam companhia

Pedro C. Esteves
Sociedade \ quarta-feira, maio 12, 2021
© Direitos reservados
De um monumento nacional da Idade do Ferro vão partir e chegar ligações de várias latitudes para mostrar o maravilhoso mundo do rádioamadorismo.

Enquanto noutros países o uso das radiocomunicações era incentivado, “aqui em Portugal havia uma lacuna”. E, por isso, um grupo de cidadãos tem tentado difundir o mundo do radioamadorismo pelo território. O objetivo passa por chegar aos mais novos e mostrar as possibilidades oferecidas pelo éter e o seu papel em juntar o que está longe. No próximo fim-de-semana, nos dias 15 e 16 de maio, o QRX Norte vai estar na Citânia de Briteiros e estão todos convidados a juntarem-se a partir das ondas hertzianas.

“Fazemos atividades de rádioamadorismo para divulgar nas camadas jovens esse hobby”, começa por explicar um dos fundadores do grupo, Carlos Ferreira. Porquê? O entusiasta explica: “Há uns anos era prática recorrente nos jovens, mas quando começaram a a aparecer as redes sociais, os telemóveis, foram-se perdendo as experiências”. Detetada a necessidade de difundir a mensagem, o QRX Norte foi para o terreno: museus, Centro de Ciência Viva de Guimarães e outros locais “onde era possível fazer atividades sobre rádio-amadorismo”.

Um desses locais é a Citânia de Briteiros. Mesmo no ano passado, marcado pelo aparecimento da pandemia de covid-19, Carlos e a família dinamizaram a atividade, um “contest”, como os aficionados apelidam. E neste fim-de-semana o ritual repete-se. Em articulação com a Sociedade Martins Sarmento, o monumento nacional vai ser palco de “uma atividade de rádio muito conhecida no meio dos rádio-amadores”. “Nós fazemos uma primeira chamada, abrimos o contest, e toda a gente que nos escuta no país e no mundo anuncia-se”, explica. É atribuído um número a cada participante e depois há trocas de comunicação a horas anunciadas.

Navegar a onda cedo

O carácter didático do grupo - “Não é uma associação, não temos sócios, unimo-nos por uma causa", pontua Carlos – nunca é descurado e esta iniciativa não é exceção. “Há uma coisa chamada Bando do Cidadão (CB), uma banda de frequências totalmente livre e que qualquer cidadão pode usar gratuitamente, e vimos que esse espaço de frequência estava a ficar muito livre e havia pouca divulgação sobre ele”, refere.

E essa divulgação começa junto dos mais novos. Na iniciativa deste ano, o grupo vai contar com a “participação dos escuteiros”. “Estão fartos de não terem atividade”, aponta Carlos Ferreira, e, por isso, vão fazer uma caminhada até à Citânia de Briteiros e visitar as iniciativas: há palestras para assistir nos dois dias.

E já há gente nova no meio? Sim. “Só em Caldas das Taipas já temos dois jovens que nos seguem e que são promissores. Já estudam para fazer o exame da ANACOM e se tornarem rádio-amadores”, salienta o dinamizador. E como para adquirir a paixão pelo éter é preciso contacto material, o QRX angaria fundos para oferecer estações de rádio. Depois de uma oferta aos escuteiros de Brito, este ano serão os das Taipas e de Gilmonde a terem oportunidade de navegar as ondas hertzianas.

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