Moreirense correu e marcou, mas, com a quebra de ritmo, só assustou
O jogo de regresso à Primeira Liga, após um ano de interregno, terminou com sabor amargo para o Moreirense FC, mas pode também ser o lançamento das sementes para uma época condizente com as aspirações do clube vimaranense.
Os axadrezados não só não contiveram a supremacia territorial do FC Porto, como criaram as melhores oportunidades da primeira parte. E o intervalo não demoveu o Moreirense: a equipa da casa continuou a aproveitar cada espaço para atacar e fê-lo com sucesso aos 51 minutos, com Frimpong a apontar o seu primeiro golo de verde e branco. O Moreirense continuou a lutar, mas sem acompanhar a aceleração dos dragões na última meia hora de jogo.
A descolagem do FC Porto no ritmo da partida acabou por fazer a diferença: os azuis e brancos viraram o marcador em sete minutos, ainda antes do derradeiro quarto de hora, que teve uma reação do Moreirense, mas vã. O primeiro jogo do campeonato no Comendador Joaquim de Almeida Freitas assistiu terminou assim em desaire, mas com perspetivas de um futuro mais risonho.
Em estreia no principal campeonato português, Rui Borges reconstituiu a dupla de centrais que atuou pelo Paços de Ferreira em vários jogos da época 2020/21: colocou o veterano Marcelo ao lado de Maracás, relegando para o banco de suplentes Rafael Santos, um dos titulares no primeiro encontro oficial da época, diante do Farense, para a Taça da Liga. O duo teve de ser rigoroso nos minutos iniciais, para conter o ímpeto ofensivo com que os dragões apareceram em campo, mas um lance de Kodisang e de Camacho ao minuto cinco foi a amostra do que estava para vir na primeira parte: o madeirense rematou contra um adversário após passe do extremo sul-africano.
Este foi o primeiro lance a retratar uma primeira parte de domínio territorial para o FC Porto, mas de maior perigo junto à baliza de Diogo Costa. Perante um adversário com mais rotação do que engenho para encontrar os caminhos da baliza de Kewin, os comandados de Rui Borges fecharam-se quando tiveram de o fazer e lançaram-se em velocidade para o ataque quando a oportunidade surgia.
O golo desenhava-se no horizonte, sem nunca se tornar realidade: ao minuto 18, Marcano desarmou André Luís quando este se preparava para o último toque, e ao minuto 27, o desvio do defesa portista em resposta a livre de Alanzinho rasou o poste. A equipa de Guimarães teve de sofrer, é verdade, num lance protagonizado por Galeno aos 32 minutos, mas viria a criar a ocasião mais flagrante da primeira parte, por Kodisang: assistido por um toque primoroso de cabeça de André Luís, o ala surgiu isolado na cara de Diogo Costa e rematou de primeira ao lado.
Mas a segunda parte veio para mostrar que as ameaças cónegas não eram vãs: o duelo continuou equilibrado, com duas equipas de olhos no ataque, e um lance de insistência na direita abriu o espaço para um cruzamento que foi parar ao poste mais distante, onde Frimpong, mais oportuno do que Pepê, atirou para o fundo das redes.
Na última meia hora, o cenário mudou, o FC Porto cresceu e os jogadores cónegos viram os pontos escparem-se-lhe entre os dedos. O espaço concedido em zona frontal, quer a Toni Martínez, aos 67 minutos, quer a Wendell, aos 74 minutos, revelou-se fatal para as aspirações moreirenses.