MDM promove manifestação nacional de mulheres a 08 de março, em Braga
No dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, terá lugar na Praça da República, em Braga, pelas 15h00, a manifestação nacional do Movimento Democrático de Mulheres (MDM). A iniciativa pretende assinalar o 25 de abril de 1974, data que permitiu que as mulheres libertassem as suas vozes.
Há 50 anos, a iniciativa de reivindicação dos direitos das mulheres foi levada a cabo pelo MDM, que, meio século depois, regressa às ruas para reconhecer e celebrar o progresso e as conquistas alcançadas até então, mas, principalmente, para reivindicar os direitos que estão por consagrar.
De acordo com Mariana Silva, dirigente nacional do MDM, no decorrer da manifestação serão exigidos direitos como: a igualdade – através do fim da precariedade laboral, nomeadamente dos salários desproporcionais e dos horários irregulares, que levam ao surgimento de questões complexas, como é o caso das creches 24 horas; o respeito e a valorização da maternidade – permitindo a conciliação entre a vida profissional e a pessoal, pois são cada vez mais as mulheres que adiam a maternidade, não por vontade, mas por necessidade.
No que respeita à saúde, será reivindicada a promoção dos serviços de proximidade, que se têm mostrado fundamentais no apoio às mães e mulheres; o fim do encerramento dos serviços de saúde – as maternidades e as urgências de pediatria são das especialidades mais afetadas; o reforço dos direitos sexuais – através de uma aposta na educação sexual para reduzir a gravidez na adolescência, a gravidez indesejada e a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
O fim da violência e da discriminação também serão assuntos abordados, dado que a maioria das mulheres que sofre de violência, além das mazelas físicas e psicológicas, tem de sair de casa, muitas vezes com filhos, ficando numa situação de risco a nível socioeconómico.
O fim da objetificação das mulheres – parar com a normalização da pornografia e da prostituição – e a necessidade de acabar com as mentalidades misóginas e estereotipadas, que afetam todos os cidadãos, mas, principalmente, as mulheres, também serão temas em destaque.
“É muito importante as mulheres saírem à rua para dizer que não querem retrocessos, mas evolução, e que o caminho de conquistas continua”, sublinhou Mariana Silva.
A dirigente nacional do MDM frisou que, na região Minho, o MDM tem particular atenção aos salários baixos das funcionárias das indústrias, como é o caso da indústria do têxtil e do calçado: “Têm salários precários durante 40 anos, o que se reflete em reformas baixas que não permitem qualquer tipo de qualidade de vida. Esta é uma das grandes dificuldades sentidas no Minho.”
A iniciativa conta já com 200 assinaturas de apoio à manifestação, sendo que a recolha será efetuada até sábado, presencialmente e online.
Para quem quiser participar no movimento nacional de mulheres, no dia 08 de março, em Braga, haverá uma camioneta a sair do hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, às 14h. Os interessados podem inscrever-se através do email mdmbraga@gmail.com
De assinalar que, nos Claustros do Convento de Santa Clara, em Guimarães, também se encontra a decorrer a exposição, gratuita e aberta ao público, "Mulheres de Abril, Somos, com igualdade temos futuro". Uma das iniciativas organizadas pela MDM em memória do 25 de abril.
