Livro sobre prisioneiras na ditadura fecha Dia da Mulher e abre 25 de Abril
O Movimento Democrático de Mulheres encerrou as comemorações do Dia Internacional da Mulher e abriu as do 25 de Abril em Guimarães com a apresentação do livro Elas estiveram nas prisões do fascismo, uma obra editada pela União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), que contém uma lista de 1.755 mulheres presas durante o Estado Novo por motivos políticos.
O Café Milenário recebeu, na sexta-feira, uma delas: Conceição Matos deu o seu testemunho, acompanhada pelas conselheiras nacionais do MDM – Maria Elisa Marques e Mariana Silva -, perante uma “sala cheia com uma plateia muito participativa”, lê-se no comunicado do movimento.
A iniciativa, descreve ainda o MDM, foi ainda um “contributo para não permitir que caiam no esquecimento as mulheres que, mesmo quando viviam com grandes restrições, também políticas, e quando estavam aprisionadas a uma propalada condição de inferioridade, remetidas ao lar, ao analfabetismo, privadas de direitos sociais e políticos, foram capazes de perceber que podiam fazer a diferença na luta não só pelos seus direitos, mas também pelo desenvolvimento do país e na luta incansável pela paz”, lê-se na nota do movimento.
O MDM considera ainda pertinente lembrar testemunhos como o de Conceição Matos num tempo em que ainda é preciso “ajudar as mulheres que sofrem das mais variadas formas de violência, que são atacadas nos seus direitos laborais, que não são respeitadas no direito à educação, à saúde, à habitação”.