Lei de Murphy persegue Vitória SC no adeus à Taça
O universo vitoriano esperava um triunfo rumo aos quartos de final da Taça de Portugal, mas o ensejo saiu frustrado por um jogo algo bizarro, onde tudo o que poderia correr mal ao Vitória correu mal. A dita Lei de Murphy fez escola em Guimarães nesta quinta-feira à noite. O AVS fez um golo aos 41 minutos, por Tunde, e foi o suficiente para triunfar.
As intenções do Vitória não deixaram margem para dúvidas assim que soprou o apito inicial: marcar o mais cedo possível. Nos primeiros 20 minutos, a bola chegava rápida ao trio atacante para finalizar, mas faltava sempre qualquer coisa para a equipa estar no limiar de marcar. Ou era a pontaria, nos casos de Camará e Nélson Oliveira, ou a muralha defensiva, que tapava todos os caminhos para a baliza, inclusive no momento do remate.
A avalanche ofensiva preta e branca esmoreceu após os primeiros 20 minutos, e o AVS, que sobreviveu, começou a reagir, sobretudo pela ala direita, à boleia de Tunde, o jogador que viria a desfazer o nulo aos 41 minutos, após falha clamorosa de Lebedenko: o corte do ucraniano saiu na direção errada e isolou o extremo nigeriano, que colocou a bola sob o corpo de Charles. Por essa altura, já Thiago Balieiro estava em campo, após render o lesionado Óscar Rivas.
O Vitória tentou igualar no final da primeira parte, num remate à meia volta ao lado de Oumar Camará, jogador que viria a falhar isolado no início da segunda parte e, depois, um penálti, aos 55 minutos. A equipa trajada de branco, que até entrou bem na segunda parte, desorientou-se no seu processo ofensivo, ainda mais após as substituições, com as retiradas dos laterais para colocar os ofensivos Telmo Arcanjo e Alioune Ndoye.
O futebol vitoriano tornou-se atabalhoado, com sucessivos lançamentos longos e incursões mal sucedidas para a linha final, distinguindo-se no meio desse insucesso ofensivo o cruzamento de Samu para o cabeceamento de Alioune Ndoye ao poste. Sem laterais para dar largura na primeira fase de construção, o Vitória tentou sobretudo bombear bolas e cruzar a partir dos extremos, mas falhou clamorosamente num aspeto: após os cortes da retaguarda avense, raramente apareceu um jogador vitoriano a ganhar a bola na posição frontal à área, o que poderia intensificar o esforço ofensivo nos minutos finais. Pelo contrário, o AVS ganhou várias bolas nessa posição e dispôs de tempo e espaço para sair em várias transições, aliviando a pressão sobre a sua baliza.
E, assim, entre ineficácia na hora de atirar à baliza, inépcia em alguns momentos do jogo e inúmeras paragens para assistência a jogadores do AVS, o Vitória deixou a Taça de Portugal. O sonho do regresso ao Jamor terminou numa noite fria de quarta-feira, contra um adversário ao alcance, num Estádio D. Afonso Henriques despido, com apenas 6.456 espetadores.