Laboratório da Paisagem apresentou Plano de Ação para a Biodiversidade
O Laboratório da Paisagem de Guimarães apresentou esta segunda-feira, em reunião de câmara, o Plano de Ação Local para a Biodiversidade Guimarães 2030, concluindo que no nosso território “há uma ação positiva” nesta área, mas isso deve ser “encarado apenas como um indicador”, na medida em que “há muito trabalho pela frente”.
Carlos Ribeiro, diretor executivo do Laboratório da Paisagem, apresentou este projeto como um “instrumento importante” para Guimarães, mesmo não sendo obrigatório. Para além do plano de ação, este trabalho conta com um diagnóstico da realidade concelhia no que à fauna e à flora diz respeito.
“O que desenvolvemos é um pouco diferente daquilo que muitas vezes se verifica nos planos de ação: entendemos que faria sentido que contasse com o diagnóstico da biodiversidade do território, até porque não havia isso, uma análise da fauna e flora do concelho”, explicou.
O diretor do Laboratório da Paisagem contextualizou que “à escala global temos uma perda muito significativa da biodiversidade”, pelo que “urge adotar estratégias para evitar essa perda de biodiversidade”, sendo possível constatar o “aumento significativo das espécies ameaçadas”.
Mais de 1300 espécies registadas
Este Plano de Ação Local para a Biodiversidade Guimarães 2030 foi desenvolvido em conjunto com a comunidade, sendo salientado o papel de estruturas como as juntas de freguesia e as brigadas verdes, que foram determinantes para que fosse possível traçar este retrato da realidade do território.
Do relatório constam, então, mais de 1300 espécies registadas, 609 respeitantes à fauna (37 espécies apresentam estatuto de ameaça) e 721 respeitantes à flora (registando-se 441 espécies não nativas).
Com o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2030, um desígnio de Guimarães, é apontado que “do ponto de vista do consumo e da produção sustentável temos de ir muito para além do que temos feito”, sendo expresso que “precisamos de aumentar as áreas verdes, a área florestal, no concelho”.
Através deste relatório, o Laboratório da Paisagem lança o desafio para que seja possível “criar zonas que sejam de interesse municipal pela biodiversidade”. Em suma, numa avaliação é apontado que Guimarães tem um desempenho de 90 pontos em 112, o que indica que “há uma ação positiva”, mas, dá conta Carlos Ribeiro, “isto deve ser olhado apenas como indicador, porque há muito trabalho pela frente”.