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Moreirense volta a tropeçar em casa… agora com uma bicada do galo

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, abril 20, 2024
© Direitos reservados
São quatro os jogos sem triunfos para a equipa treinada por Rui Borges, derrotada neste sábado por um cabeceamento certeiro de Mory Gbane, a fazer respirar o Gil Vicente em tempo de aflição.

Numa tarde de sol e calor, o Moreirense FC teve mais bola (63%), mais cantos (oito contra um) e mais remates (15 contra quatro), mas não teve antídoto para reparar a valente bicada sofrida ao minuto 38: Mory Gbane saltou mais alto do que toda a gente e desferiu um cabeceamento primoroso para o fundo das redes cónegas.

O galo cantava bem alto em resposta a ciclo de sete jogos sem triunfos, que ditou a mudança no comando técnico: o primeiro golo do costa‐marfinense desde que está em Portugal selou assim o primeiro triunfo gilista em Moreira de Cónegos para o principal campeonato português, na estreia de Tozé Marreco como treinador. Do lado do Moreirense, a equipa treinada por Rui Borges tentou de tudo, mas sem inspiração, e vê‐se agora arredada de um lugar que foi seu pela maioria da época: após quatro jogos seguidos sem triunfos, os axadrezados ocupam o sétimo lugar, com 43 pontos, menos um do que o Arouca. Faltam quatro jornadas.

O quinto lugar também deixou de ser uma hipótese matemática, face à distância de 14 pontos para o Vitória quando já só há 12 em disputa; os vitorianos carimbaram, aliás, o terceiro apuramento europeu consecutivo.

De regresso a casa, o Moreirense manteve‐se fiel à impressão digital que marca a temporada 2023/24: Ofori e Gonçalo Franco a formarem dupla no meio‐campo, Kodisang, João Camacho e Alanzinho no apoio ao ponta de lança. A novidade estava na baliza: o até agora totalista Kewin Silva cedeu o lugar a Caio Secco e nem sequer apareceu no banco de suplentes. Estava lá Mika.

A primeira parte foi lenta num Comendador Joaquim de Almeida Freitas exposto a um intenso calor. Os cónegos apresentaram melhor ligação entre setores no primeiro quarto de hora, circunstância que se refletiu na primeira ocasião do desafio: Kodisang ganhou posição ao segundo poste e cabeceou ao lado, cumpridos oito minutos de jogo.

A bola era controlada pelos axadrezados, mas o ritmo a que circulava esmorecia com a passagem dos minutos. Com um onze renovado, fruto das seis alterações operadas pelo novo treinador, Tozé Marreco, os galos respiravam para erguer pela primeira vez a crista ao minuto 13, numa desmarcação de Fujimoto que acabou em defesa incompleta de Caio Secco, num lance com calafrios para a área cónega.

Vértice fundamental da manobra ofensiva do Gil, o médio japonês protagonizou a primeira ocasião clara dos forasteiros aos 21, após desmarcação de Félix Correia; o guardião brasileiro do Moreirense tapou o caminho da baliza.

Acossado por uma crescente apatia, com a impressão de não se aperceber do sorrateiro crescimento gilista, o Moreirense continuou a pisar terrenos distantes da baliza contrária e ouviu o galo cantar pela primeira vez aos 38 minutos: Mory Gbane saltou mais alto do que toda a gente para cabecear ao ângulo superior direito, num movimento pleno de autoridade a inaugurar o marcador. Os homens de Barcelos ameaçaram o segundo antes do intervalo, num lance em que Murilo foi incapaz de capitalizar a assistência de bandeja de Fujimoto.

 

Uma resposta de pouca dura

Pedia‐se ao Moreirense uma reação após o intervalo, e Camacho protagonizou‐a: obrigou Andrew a grande defesa, aos 48, num cabeceamento em que imprimiu tensão à bola e testou de novo o guardião brasileiro aos 52, num remate fraco, à figura. A resposta esmoreceu, porém: a bola continuava nos pés dos jogadores do Moreirense, mas longe dos caminhos do empate. O Gil mantinha‐se confortável; o papel de jogar na expetativa encaixava‐se‐lhe que nem uma luva.

Rui Borges apostou em Luis Asué, Antonisse, Matheus Aiás e ainda no regressado Madson Monteiro para inverter a marcha dos acontecimentos; os rapazes de verde e branco insistiram no ataque, trocaram a bola, viraram o flanco, mas sem abalos nem brechas na muralha vermelha. O Gil segurava a vantagem com conforto e ainda criava a principal ocasião até ao final do desafio; Touré seguiu pelo meio‐campo do Moreirense e rematou ligeiramente ao lado quando já estava cara a cara com Caio Secco. Assim se retrata o último lampejo de golo num jogo escasso em balizas e emoção.

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