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Segunda parte trouxe a pena capital para a ineficácia da primeira

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, março 11, 2023
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Vitória desperdiçou oportunidades na primeira parte, sofreu a abrir a segunda metade, reagiu sem inspiração e viu o Arouca selar o 2-0 num contra-ataque, quando estava adiantado no terreno.

A maior mobilização vitoriana da época ao Estádio D. Afonso Henriques – 21.717 espetadores – acabou brindada com a terceira derrota caseira da temporada. O Vitória chegou ao intervalo com um nulo no marcador, após uma primeira parte em que foi ineficaz, e pagou essa falta de pontaria ainda mais caro na segunda parte. O Arouca marcou aos 50 minutos, por Rafa Mujica, e esse golo condicionou o resto do jogo. O Vitória continuou com muita bola, mas nunca controlou a partida como na metade inicial. Sem armas para desmontar a cerrada defesa arouquense, a equipa de Moreno sofreu o golpe de misericórdia ao minuto 77, por Anthony.

O primeiro quarto de hora foi por inteiro da formação vitoriana, mas sem os golos que materializassem tamanho domínio territorial e estatístico: 63% de posse de bola, cinco remates contra um e dois cantos contra zero do Arouca. Nesses minutos, a circulação de bola vitoriana foi precisa, a toda a largura do retângulo de jogo, e os espaços para alvejar a baliza da Arruabarrena surgiram à esquerda, à direita e ao meio. O remate mais perigoso deu-se precisamente no corredor central, com André Silva a disparar para defesa muito difícil do guardião espanhol. Na recarga, Afonso Freitas atirou à figura.

Os comandados de Moreno continuaram a mandar ao longo da primeira parte, mas com um Arouca a afiar progressivamente as garras para o contra-ataque. A formação do vimaranense Armando Evangelista chegou pela primeira vez à área vitoriana aos 19 minutos, num remate de Sylla defendida a dois tempos, e ameaçou seriamente o golo quando Anthony se isolou e atirou ao lado, concluindo assim um contra-ataque facilitado pela escorregadela de Miguel Maga.

Ainda assim, Arruabarrena continuou a ser protagonista no meio do perigo que rondava a baliza arouquense: depois de Basso impedir o desvio final a Safira ao minuto 29, o guarda-redes opôs-se a remates do mais recente artilheiro vitoriano e também de André Silva. Fosse pelo passe longo ou pela geometria rente à relva, a turma vestida de branco encontrava os caminhos da área, mas não os do golo.

A pena dos vários ataques sem golos agravou-se no início da segunda parte, com o Arouca a revelar-se mais eficaz na baliza da bancada Norte: Quaresma fletiu do centro para a esquerda e, quando parecia que ia endossar a Arsénio, bombeou para a área. Rafa Mujica saltou mais alto do que Bamba e Mikel e desviou subtilmente a bola de cabeça, com a bola a ressaltar no solo e a erguer para o fundo das redes, com Rafa Incapaz de travar o esférico.

A partir daí, o encontro teve três notas dominantes: o ataque organizado do Vitória, com falta de definição nas zonas mais adiantadas, a defesa cerrada do Arouca, a proteger a sua baliza como se de um cofre a sete chaves se tratasse, e os contra-ataques em velocidade assim que os pupilos de Moreno perdiam a bola no meio-campo adversário. Anthony foi o protagonista desses lances e, num deles, percorreu o meio-campo em velocidade, ultrapassou Rafa e atirou para o fundo das redes. Estava assim sentenciada uma partida que teve um Vitória personalizado na primeira metade, mas sem inspiração quando teve de reagir.

Este é um desfecho que cerra a luta pelo quinto lugar. O Arouca está agora a três pontos do Vitória, com vantagem no confronto direto, e o Casa Pia tem a hipótese de ficar a dois, caso vença segunda-feira em Famalicão.

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