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Guimarães
22 novembro 2024
tempo
18˚C
Nuvens dispersas
Min: 17
Max: 19
20,376 km/h

Um nulo que assenta bem num jogo sem ritmo, sem imaginação… e sem VAR

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, setembro 23, 2023
© Direitos reservados
Ao pôr do sol de Rio Maior, Vitória e Casa Pia protagonizaram um jogo de futebol com pouco calor. A circulação de bola foi estéril e as oportunidades rarearam em 90 minutos com um lance polémico.

Há jogos de futebol que mesmo com poucas ocasiões são interessantes na ótica do espetador, pelo espírito de luta que se vê nos inúmeros duelos ou pelos rígidos equilíbrios táticos entre as equipas, à espera de um lampejo inspirado que desate nó. O encontro entre Vitória e Casa Pia está nos antípodas desses exemplos: foi quase sempre pachorrento e desinspirado, pontuado por uma mão cheia de oportunidades que sacudiu ao de leve a monotonia em plena relva.

O empate a zero é, assim, o resultado que melhor espelha o confronto da sexta jornada da Liga Portugal Betclic, embora haja, pelo meio, um lance polémico que requer menção: aos 82 minutos, na sequência de um livre do Vitória na esquerda do ataque, Ângelo Neto tocou a bola com o braço no interior da área casapiana, quando o tinha fora da volumetria do tronco. João Pinheiro nada assinalou e o videoárbitro corroborou essa análise, não exigindo sequer ao árbitro principal que revisse o lance. Três minutos depois, os lisboetas protagonizaram a melhor ocasião do desafio, num remate ao poste de Felippe Cardoso.

Na primeira parte, o Vitória teve tanto de seguro, como de inconsequente. Disposta numa tática semelhante à do jogo com o Portimonense, a equipa de Paulo Turra tremeu quando a ligação entre retaguarda e setor médio falhou, deixando os elementos mais adiantados do Casa Pia de frente para o trio defensivo hoje equipado de laranja. Assim aconteceu aos 29 minutos, quando Bruno Varela impediu o desvio de Clayton para o fundo das redes, após contra-ataque conduzido pela direita.

Mas esse lance foi uma exceção no deserto ofensivo que foi o Casa Pia. No que a escassez de criatividade e oportunidades diz respeito, o Vitória respondeu na mesma moeda. Mesmo quando recuperava bolas e parecia ter condições para apanhar os lisboetas em contrapé, a formação que viajou de Guimarães insistia sempre em colocar vagarosamente a bola no trio mais recuado. A construção de jogo iniciava-se repetidamente da mesma forma, com os comandados de Filipe Martins a terem todo o tempo do mundo para fecharem os caminhos da sua baliza.

O Vitória esbarrou várias vezes na compacta defesa casapiana, ganhando por isso inúmeros cantos. Daí quase nenhum perigo resultou para a baliza de Ricardo Baptista. As oportunidades vitorianas na primeira metade do desafio resumiram-se a uma bola por cima de Jorge Fernandes, em posição frontal à baliza, e a um remate de longe de Tiago Silva, ideia várias vezes adotada pelos jogadores vitorianos, mas com escasso sucesso.

O jogo prosseguiu letárgico até ao intervalo e regressou ainda mais aborrecido dos balneários. Mesmo quando conseguia ter um jogador para encarar de frente a defesa do Casa Pia, o Vitória optava sempre por baixar a construção ofensiva à estaca zero, iniciando uma circulação lenta entre o trio defensivo. Quando teve espaço para contra-atacar, nenhum dos médios de transporte ganhou velocidade suficiente para derrubar a transição defensiva lisboeta, quase sempre eficiente a anular esses lances. O Vitória precisava assim de inspiração individual para tropeçar num eventual triunfo. Nelson da Luz e Alisson Safira ainda deram o ar da sua graça num punhado de lances, mas sem influência para mudarem o curso de um jogo que expôs a inépcia ofensiva vimaranense.

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