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Já há tanta morte nas estradas de Guimarães em 2022 como em anos completos

Pedro C. Esteves
Sociedade \ terça-feira, outubro 11, 2022
© Direitos reservados
Números da Guarda Nacional Republicana indicam quatro vítimas mortais nas estradas fora da cidade. Entre as freguesias “cobertas” pela GNR, Silvares destaca-se como a freguesia com mais sinistros.

É raro haver um ano nos últimos cinco em que o número de acidentes nas estradas vimaranenses não ultrapasse os 1000. Só mesmo em 2020, ano marcado pela pandemia e por menos carros a circular, é que o número não ascendeu aos quatro dígitos: foram 971. No total, entre 2017 e 2022 houve 6614 acidentes nos ramais fora dos aglomerados urbanos, ou seja, onde o tráfego automóvel é controlado pela Guarda Nacional Republicana. As nove freguesias com categoria de vila são responsáveis por 45% dos sinistros.

Os dados não apontam para um cenário diferente em 2022. Ainda com quatro meses por analisar – os números cedidos ao Jornal de Guimarães pela GNR reportam até 15 de agosto –, já morreram nos ramais circunscritos ao concelho quatro pessoas, o que ombreia os doze meses de anos anteriores. O número de acidentes cifra-se nos 679.

Mas não é em nenhuma das nove vilas que há mais sinistros. É em Silvares. Lidera todos os anos a lista de freguesias em número de sinistros - 745 acidentes, nos seis anos analisados –, contudo, o último óbito registado data de 2017. É o que dizem os dados compilados pela Guarda Nacional Republicana relativos aos últimos cinco anos de sinistralidade rodoviária nas estradas nacionais. Sublinhe-se que estes números são parciais e não englobam dados recolhidos pela Polícia de Segurança Pública, por exemplo. Ou seja, não estão contabilizadas freguesias como Azurém ou Creixomil, que concentram muita população.

Segundo dados da GNR, em 2021 o número de óbitos nas estradas de Guimarães foi oito, o maior em relação aos restantes anos – o número de feridos graves (18) também é o mais alto. Seis das mortes registaram-se a norte do concelho: três óbitos em Ponte e três na UF de Souto Santa Maria, Souto São Salvador e Gondomar.

 

Guimarães regista mais mortes no Quadrilátero

Em 2021, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), sensivelmente metade do número de vítimas mortais (401) registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de 4 gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (42,6% do total), Brisa (peso de 4,6%) e ainda os Municípios de Guimarães e Cascais (1,5% cada).

Dos sete acidentes que originaram vítimas mortais no município vimaranense, cinco aconteceram em estradas cuja entidade gestora é o município e vitimaram seis pessoas. Neste capítulo, Guimarães fica à frente de Lisboa (5), Famalicão (4), Barcelos (4) ou Braga (2), por exemplo.

A partir de dados compilados através dos relatórios anuais divulgados pela ANSR é possível contabilizar pelo menos 90 óbitos na sequência de acidentes rodoviários no concelho de Guimarães na última década.  No entanto, é de frisar que o número de vítimas mortais na sequência de acidentes no concelho tem vindo a diminuir. A ANSR diz que nos três primeiros anos da década Guimarães apresentava números muito superiores aos do Quadrilátero Urbano, por exemplo (42 óbitos) – indicadores muito superiores aos registados mais recentemente.

Os dados não permitem calcular o número total de óbitos da década — o relatório de 2019 não discrimina o número de acidentes e vítimas mortais por concelho. No entanto, a partir do documento divulgado no decorrer desta semana, é possível perceber que a soma aponta para mais de 300 mortes: são 308 nos dez anos averiguados.

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