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Hipótese de desnivelar Salgueiral cai. Preveem-se novas rotundas e saídas

Tiago Mendes Dias
Política \ segunda-feira, março 25, 2024
© Direitos reservados
A rotunda atual na rodovia de Covas vai deixar de existir, aparecendo duas novas noutros locais. Prevê-se ainda uma saída para a rotunda do Multiusos. Em Creixomil, haverá nova saída para a EN206.

As alterações ao trânsito que constrange a área do Salgueiral, na rodovia de Covas, já estão projetadas pelo Departamento de Obras Municipais, e nenhuma delas inclui o desnivelamento da rotunda, pela primeira veiculado pelo presidente da Câmara, Domingos Bragança, em 2019, e alvo de prospeções em 2020.

Esse conjunto de alternativas, apresentado nesta segunda-feira, antes da ordem de trabalhos da reunião do executivo municipal, prevê o desaparecimento da atual rotunda do Salgueiral na rodovia de Covas, com os veículos a circularem no sentido da cidade para Polvoreira, a serem os únicos que podem virar para a área residencial, onde se encontra a EB1 do Salgueiral, e os veículos a circularem no sentido contrário, da rotunda de acesso à autoestrada para o centro da cidade, a serem os únicos que podem virar para o restaurante de uma cadeira internacional de fast food, maior responsável pelos estrangulamentos de trânsito que hoje se verificam.

“Há um grande congestionamento em determinadas horas do dia. Cria um conflito de trânsito muito grande. Haverá uma faixa segregada para acesso a esse restaurante, não para salvaguardar o interesse privado, mas para que a fluidez para a cidade se faça de forma consistente e fluida”, disse Joaquim Carvalho, o diretor municipal de Intervenção no Território, Ambiente e Ação Climática, Joaquim Carvalho.

Em substituição da rotunda hoje existente, vão surgir duas novas para quem quiser aceder à circular urbana para quem se desloca a partir da cidade: uma entre a rua Eduardo Manuel de Almeida, precisamente em continuidade com a circular, e a rua Manuel Tomás, de ligação à Cruz de Pedra, e outra já rua Cruz de Pedra, entre um recinto de padel e o viaduto da circular urbana. Esses equipamentos visam o acesso ao sentido descendente da circular, rumo, por exemplo, ao Hospital Senhora da Oliveira.

No sentido inverso da circular, os carros provenientes da variante de Creixomil vão dispor de uma faixa de aceleração mais extensa para acederem à circular urbana no sentido de Covas, dispondo cerca de 100 metros à frente de uma nova saída para a rotunda do Multiusos de Guimarães. “Quem vem de Fafe pode entrar para o Salgueiral descendo a rotunda do Multiusos”, resume.

O trabalho em curso já foi submetido à Infraestruturas de Portugal (IP) para validação, com um estudo de tráfego automóvel a acompanhar. As contagens realizadas pela equipa técnica da Câmara, dá conta Joaquim Carvalho, estimam que os tempos de viagem diminuem em todas as circunstâncias, ainda que alguns dos possíveis novos trajetos possam ser mais extensos. O responsável técnico salienta ainda que, de acordo com as intervenções previstas, a obra pode ser faseada, diminuindo os constrangimentos no trânsito, e é mais barata face a um desnivelamento que se previa “muitíssimo complicado” e com poucas alterações ao nível dos fluxos de trânsito, além de ser “menos intrusiva no território”.

À espera da validação da IP para que o projeto se conclua antes das férias de verão e a obra possa ser lançada a concurso em setembro, o presidente da Câmara assumiu que estava a acompanhar os planos de mobilidade trabalhados pela equipa técnica do município e mostrou-se convencido de que a intervenção vai melhorar a fluidez do tráfego. “No nosso entender, irá melhorar a mobilidade na circular urbana e para quem vem da Avenida D. João IV”, realçou.

Confrontado com os esboços da eventual intervenção, o vereador Ricardo Araújo, da coligação Juntos por Guimarães (JpG), deu “uma nota positiva” ao trabalho desenvolvido, apesar de ter expressado dúvidas para com algumas das opções. “Ao suprimir a rotunda do Salgueiral, quem sai do Salgueiral tem de ir em frente, em direção a Covas, para regressar ao Salgueiral”, disse.

O vereador Hugo Ribeiro, também da JpG, realçou mesmo que é “contranatura” deixar o Salgueiral para rumar à rotunda de acesso à autoestrada a Covas para voltar à cidade, passando a dispor como opção mais próxima das rotundas da Cruz de Pedra, mas reconheceu as alternativas projetadas são “uma boa solução” se “for tecnicamente impossível” outra alternativa que garanta mais fluidez de trânsito.

 

Imagem de satélite da área, com indicação das alterações © Google Maps

Imagem de satélite da área, com indicação das alterações © Google Maps

 

Na variante de Creixomil, saída para a EN 206 e duas faixas na rotunda de Silvares

Os desenhos apresentados por Joaquim Carvalho incluem alternativas ao atual trajeto da cidade para Silvares através da variante de Creixomil. Com uma solução desnivelada descartada face ao impacte ambiental que teria, em plena zona inundável, para onde confluem águas pluviais, a equipa técnica municipal prevê uma saída da variante para a EN 206 no ponto onde se encontra o stand de automóveis da Nissan, através de terrenos que pertencem à Câmara, com os veículos que optam por essa saída a terem prioridade absoluta.

Junto à rotunda de Silvares, o município pretende alargar o acesso de uma para duas faixas, como acontecia antes do desnivelamento, servindo a interior para quem acede a Pevidém e a exterior para quem se desloca para Brito, Ronfe, Joane ou Famalicão. Domingos Bragança frisou a intenção de remodelar esse troço, até para aproveitar a promessa da IP quanto ao tramo complementar à obra do desnivelamento. Neste caso, Ricardo Araújo catalogou a solução de evidente, lamentando o facto de não estar já realizada. “Essa parece-me uma solução evidente, prometida há vários anos. É preciso a sua implementação. Não se justifica ao fim de tantos anos um desnivelamento sem preconizar esta solução de saída. Andamos há demasiados anos à espera da implementação desta solução”, referiu.

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