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Habitação: cerca de meia centena pediu mais ao Governo e à Câmara

Tiago Mendes Dias
Sociedade \ domingo, outubro 01, 2023
© Direitos reservados
Manifestação reuniu cerca de 50 pessoas no Toural pelo direito à habitação. Um dos organizadores, Luís Lisboa, recorda que nenhuma das prometidas habitações a custos controlados foi construída.

O relógio da Igreja de São Pedro batia as 15h00 e o Toural banhava-se ao sol de sábado à tarde. No recanto arborizado da praça, um grupo de cidadãos debruçava-se sobre cartazes vários: “Baixa as rendas”, “Desalojamento local”, “Queremos casas para viver” ou “António Costa, toma atenção, tua casa vai virar ocupação” eram algumas das mensagens que se liam na manifestação pelo direito à habitação.

Guimarães foi uma das 20 cidades do país a aderir a uma manifestação que se deu simultaneamente noutros países europeus. Convocada pela Plataforma Artigo 65.º, a iniciativa reuniu mais de 50 pessoas. À hora marcada para o arranque, eram cerca de 20 os manifestantes que se reuniam em torno dos cartazes no Toural, antes de o número crescer um pouco com o avanço da tarde. Um dos organizadores, Luís Lisboa, confessa ao Jornal de Guimarães que já esperava um número reduzido, pelo feedback que foi tendo, e considera que o território precisa de mais consciência cívica no que à luta por direitos constitucionais diz respeito.

“Não existe grande consciência cívica em torno dos direitos. Guimarães está mais habituada a unir-se em torno do futebol ou das suas tradições”, vinca. “Precisamos urgentemente de ter consciência cívica para nos unirmos e reunirmos pelos nossos direitos. Neste caso, é um direito constitucional, uma emergência nacional e local. Temos de estar unidos em prol desta luta. Temos de o reivindicar na rua, não só nas urnas. Esta é uma manifestação nacional e europeia”.

O cumprimento desse direito, consagrado no artigo 65.º da Constituição da República Portuguesa, exige esforço do Governo e, no caso vimaranense, da Câmara Municipal. O organizador lembra que a autarquia não disponibilizou nenhuma das 62 casas a custos controlados para o mandato de 2017 a 2021, nem qualquer um dos 400 fogos a custos controlados para o mandato em curso, limitando-se, para já, a adjudicar a edificação de 172.

O candidato à Câmara Municipal nas Autárquicas de 2021 lembra ainda que é preciso promover o alojamento permanente quando há vários imóveis devolutos. “Há 700 estabelecimentos comerciais e meio-gás ou ao abandono que precisam de ser repensados. Temos 30% de imóveis no centro da cidade, devolutos ou fechados. Precisamos de devolver a cidade às pessoas. Precisamos não só pensar em construir, mas também de reabilitar o que temos, para respeitar a floresta e a nossa reserva agrícola e termos uma ação mais verde”, sublinhou.

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