Oposição questiona geminação com Turquestão. Está em suspenso, vinca Câmara
A geminação entre Guimarães e Turquestão, cidade no sul do Cazaquistão reconhecida como “capital espiritual dos povos túrcicos”, na Ásia Central, foi anunciada a 14 de janeiro de 2021, mas, passados mais de dois anos, continua em stand by. O presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, admitiu que o processo está praticamente parado, depois de uma questão de um dos vereadores da coligação Juntos por Guimarães, Eduardo Fernandes, substituto de Bruno Fernandes na reunião do executivo de quinta-feira.
O ex-presidente da JSD de Guimarães perguntou quais os investimentos que resultaram da geminação, após recordar as oportunidades de negócio mencionadas pela Câmara no início de 2021, nos setores das TIC, energias, calçado, metalomecânica, construção, arquitetura e design e têxtil.
Além de referir que “as geminações são processos longos”, Domingos Bragança realçou que o Cazaquistão está focado na guerra entre Ucrânia e Rússia e em “toda a problemática” associada, sendo vizinho da Rússia e ex-membro da União Soviética. O autarca disse ainda que Guimarães continua com interesse na geminação, até por se tratar de uma cidade num “país com enorme potencialidade”.
O antigo edifício dos paços do concelho alberga, aliás, um espaço de diplomacia económica do Cazaquistão desde 04 de junho de 2021, lembrou. “Recebi o senhor embaixador [Daulet Batrashev]. Não quer só a geminação com o Turquestão. Quer, através de Guimarães, envolver diversas entidades nacionais nas relações com o Cazaquistão”, salientou.
Já Eduardo Fernandes sugeriu ainda à Câmara Municipal para estar atenta às geminações com países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa ou com países ibero-americanos, pela proximidade cultural, nomeadamente os que mais têm crescido a nível económico: Chile e Peru.