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Guimarães
19 abril 2024
tempo
18˚C
Nuvens dispersas
Min: 17
Max: 19
20,376 km/h

A sinopse deu-se a conhecer em dois minutos. Daí foi só seguir o filme

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, maio 27, 2023
© Direitos reservados
Expulsão de Händel após entrada imprudente deixou o Vitória reduzido a 10 unidades e desencadeou um jogo de sentido único que o FC Porto venceu com naturalidade. Vitória foi sexto na Liga Bwin.

O Vitória SC deslocava-se ao Estádio do Dragão com o quinto lugar em aberto; o FC Porto ainda mantinha uma ténue esperança no bicampeonato, pese as probabilidades jogarem a favor do Benfica. Em teoria, reuniam-se as condições para um encontro aberto, disputado, com a equipa de Moreno, talvez menos pressionada, a posicionar-se para aproveitar os espaços que os dragões iriam conceder. Uma entrada de Tomás Händel sobre Uribe tratou logo de desfazer esse possível enredo ao minuto dois: ao adiantar demasiado a bola, o médio vitoriano tentou retê-la em esforço e acertou com a sola da chuteira no tornozelo do colombiano. Em consequência do lance, viu Artur Soares Dias mostrar-lhe o cartão vermelho direto.

Nem 90 segundos de jogo estavam cumpridos e já o Vitória estava em inferioridade numérica. A partir daí, adivinhava-se a narrativa que se viu no resto do encontro: os comandados de Moreno organizaram-se num bloco compacto em redor da sua área para conterem as expectáveis investidas portistas.

Os homens equipados de dourado e negro até suportaram bem o ataque organizado dos dragões, revelando-se competentes na hora de anularem cruzamentos, mas pecaram nos momentos em que tiveram espaço para respirar. Os dois primeiros golos portistas surgiram precisamente no rescaldo de lances em que os vitorianos rondaram a área contrária, ficando desequilibrados na hora da recuperação e do contra-ataque portista.

No primeiro golo, aos nove minutos, Pepê ganhou a bola na sequência de um canto do Vitória, correu mais de 70 metros com a bola colada ao pé, superou Ibrahima Bamba na ponta final e atrasou preciso para a conclusão de Taremi, fora do alcance de Bruno Varela.

O Vitória resistiu mais 24 minutos até ao golo seguinte, impedindo os anfitriões de criarem ocasiões flagrantes, até ao momento em que se libertaram de novo da pressão… e pagaram por isso. Na sequência de um promissor contra-ataque, em que a bola de Zé Carlos não chegou aos pés de Miguel Maga, o Porto saiu em velocidade para o meio-campo vitoriano e Galeno vislumbrou Otávio solto à entrada da área: o médio portista preparou o remate com tempo e colocou a bola junto ao poste direito, num remate seco, fora do alcance de Bruno Varela.

A partir daí, a organização defensiva dos homens de Guimarães ruiu em parte, com o FC Porto a ter muito mais espaço para irromper pela área; num desses lances, com origem em dois duelos ganhos pelos portistas, a bola sobrou para o remate cruzado e certeiro de Evanilson, a estabelecer o resultado final, assinalava o cronómetro 39 minutos.

Ao intervalo, o resultado de Portimão ainda servia: Arouca e Portimonense estavam empatados a zero. Talvez ou não motivado pelo facto de o Vitória estar arredado da discussão do jogo no Dragão, a equipa de Armando Evangelista entrou de rompante na segunda parte e carimbou a vitória por 2-0 com golos aos minutos 49 e 51. Era assim frustrava o objetivo que ainda restava ao Vitória; o emblema de D. Afonso Henriques continua de fora dos cinco primeiros lugares do campeonato desde a época 2018/19 – foi então quinto sob a tutela de Luís Castro, com 52 pontos, menos um do que em 2022/23.

Sem nada por que lutar, o Vitória reorganizou-se e limitou severamente a produção ofensiva azul e branca, numa fase em que os golos já pouca diferença faziam para o desfecho do campeonato; o Benfica também vencia por 3-0 o Santa Clara, selando assim a conquista do 38.º título nacional.

A temporada vitoriana encerrou assim um plano cinematográfico que evoca um amargo de boca num cenário de missão cumprida, face ao segundo apuramento consecutivo para a Liga Conferência Europa.  

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