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Estudo revela possíveis causas do aumento do cancro colorretal em jovens

Redação
Saúde \ segunda-feira, maio 26, 2025
© Direitos reservados
Investigação internacional com participação da Universidade do Minho revela influência da idade e geografia no risco da doença, apontando fatores ambientais e microbianos como determinantes.

A localização geográfica e a idade influenciam significativamente o contexto genético do cancro colorretal, uma das doenças oncológicas mais letais do mundo. Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista científica Nature, que contou com a coautoria do investigador português Rui Reis, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

A investigação foi realizada no âmbito do consórcio internacional Mutographs e envolveu 63 cientistas de 17 países. A equipa analisou o genoma completo de quase mil pacientes de cinco continentes, detetando variações nos processos mutacionais associadas à geografia e à idade. Entre as conclusões mais relevantes, destaca-se a ligação entre a exposição precoce a bactérias intestinais, como a Escherichia coli produtora de colibactina - uma toxina que danifica o ADN - e o aumento do risco de cancro colorretal em idade jovem.

“A nossa descoberta destes fatores de risco ambientais e microbianos da doença pode vir a ter um impacto significativo ao nível dos rastreios e das estratégias terapêuticas adaptadas às populações de regiões específicas”, explica o investigador Rui M. Reis. O investigador acredita que estas descobertas poderão contribuir para reduzir a mortalidade associada à doença e melhorar a qualidade de vida dos doentes, reforçando ainda a importância de abordagens multinacionais e multidisciplinares na investigação oncológica.

O cancro colorretal, que afeta o cólon e o reto, é atualmente o terceiro mais diagnosticado no mundo, com cerca de 1,9 milhões de novos casos anuais, sobretudo em pessoas com mais de 50 anos. Em Portugal, é o tipo de cancro mais mortal, com uma média de 12 óbitos por dia. A sua incidência em jovens tem vindo a aumentar de forma preocupante, tendo duplicado em vários países nos últimos anos. Contudo, quando detetado precocemente, as hipóteses de cura são elevadas, o que leva muitos especialistas a recomendar o início do rastreio a partir dos 45 anos de idade.

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