Estátua de D. Afonso Henriques vandalizada pelo menos três vezes em 15 anos
A figura de D. Afonso Henriques, tal e qual imaginada por Soares dos Reis, exibe-se de novo sem espada no Monte Latito. A decisão resultou da necessidade de “salvaguardar o conjunto escultórico, após o desaparecimento de uma peça essencial à estabilidade e sua integridade”.
“A remoção preventiva permitirá garantir a correta preservação da estátua, enquanto decorrem os procedimentos técnicos necessários”, salienta o comunicado emitido pela direção do Paço dos Duques de Bragança, responsável por todos os monumentos da colina sagrada, tutelados pela Museus e Monumentos de Portugal, e pela Câmara Municipal de Guimarães.
Nessa nota, as entidades referem ainda que “o caso foi já comunicado às autoridades competentes, que se encontram a desenvolver as diligências adequadas”, indiciando mais um caso de vandalização da estátua que é protagonista no espaço público vimaranense desde 20 de setembro de 1887, data em que foi inaugurada no Campo de São Francisco.
A vandalização da estátua não é inédita. Nos últimos 15 anos, aconteceu por mais duas vezes, pelo menos. Em 2014, Tiago Freitas, então com 26 anos, foi identificado e detido pela PSP de Guimarães às 03h15 da madrugada de 30 de agosto de 2014, após ter-se pendurado na estátua, situação que desencadeou a quebra da espada de bronze.
Entretanto libertado, Tiago Freitas apresentou-se no Tribunal de Guimarães na terça-feira e, à saída, perante a presença de jornalistas, desatou a fugir. Mais tarde, confessou à Guimarães TV que já “tinha bebido uns copitos” nessa noite e que queria tirar uma fotografia com a imagem do primeiro rei português, mas sem qualquer intenção de estragar a estátua.
O então subcomissário da PSP, Filipe Silva, confirmou que não era a primeira vez que aconteciam incidentes a envolver a estátua de D. Afonso Henriques.
Em 11 de outubro de 2021, o Paço dos Duques de Bragança informou que a escultura de Soares dos Reis estava de novo sem espada devido a um ato de vandalismo, que voltou a quebrar a espada. O fragmento retirado foi encontrado no jardim, junto à estátua. O fragmento que permaneceu no punho de D. Afonso Henriques também foi retirado para se restaurar a peça na íntegra.
Antes, a estátua esteve sem espada entre 20 de fevereiro e 9 de junho de 2020, para outra operação de restauro.