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“Estão criadas as condições” para a AAF continuar no mercado - sindicato

Tiago Mendes Dias
Economia \ quarta-feira, setembro 08, 2021
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Agradado com o fim do ciclo MoreTextile, o presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes realçou que a empresa pode “voltar ao campeonato das melhores têxteis-lar nacionais”.

Confirmada a venda da António de Almeida & Filhos (AAF) à Domingos Almeida (DA) por 3,5 milhões de euros, na assembleia de credores decorrida na terça-feira, o presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes enalteceu o fim de um ciclo de 10 anos de “instabilidade laboral e social e de ansiedade” ao abrigo do grupo MoreTextile, tendo-se mostrado convencido de que a empresa de Moreira de Cónegos voltará a ter um desempenho coincidente com o seu “prestígio internacional”.

“Há disponibilidade para injetar de imediato um milhão de euros na empresa. Estou convicto de que, a par de outros investimentos que têm de ser feitos na empresa, a António de Almeida & Filhos tem condições de jogar numa Liga dos Campeões, que é o campeonato das melhores empresas de têxteis-lar nacionais. Há conhecimento e capacidade”, disse Francisco Vieira, à saída do Tribunal Judicial de Guimarães, após concluída a assembleia de credores.

Agradado pelo facto de os pouco mais de 200 trabalhadores da AAF voltarem a ter um patrão ligado ao setor, o dirigente vincou que é preciso tirar os quadros do “miserável salário mínimo nacional” face às suas “competências”; Francisco Vieira enalteceu, aliás, a estabilidade que os funcionários garantiram durante julho e agosto, meses em que o processo de insolvência esteve em curso – a têxtil foi declarada insolvente a 14 de julho. “Os trabalhadores deram uma lição de maturidade, ao conseguirem empenhar-se no trabalho e manter estabilidade e paz”, realçou.

Apesar do temor que sentiu quando os acionistas da AAF recusaram a venda na “negociação à mesa” e avançaram para a insolvência, numa “jogada de alto risco”, Francisco Vieira realçou que tudo “acabou bem” e que, agora, é preciso “garantir o abastecimento de matérias-primas” para se responder à carteira de encomendas avaliada em 5,3 milhões de euros até ao final do ano. “Sei que estão a aparecer novas encomendas. Só por esta via é possível garantir o pagamento do salário de setembro. Vai já, de imediato, a título precário, assumir a responsabilidade pela gestão”, disse.

O presidente do sindicato referiu ainda que o “grande momento” dos têxteis-lar é uma oportunidade para a AAF recuperar mais depressa, ainda que a Domingos Almeida tenha de investir um milhão de euros no imediato para garantir o seu funcionamento.

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