Esta plataforma vai ajudar a desvendar o património que nos rodeia
Uma imagem do concelho de Guimarães representado visualmente num mapa totalmente “picotado” é um bom ponto de partida para entender o Hereditas, um projeto há dois anos e meio a ganhar forma, a incubar, e que quer mostrar a riqueza patrimonial que nos rodeia. Este atlas da paisagem cultural vimaranense já conta com 900 “entradas” recolhidas em todas as freguesias e o objetivo é continuar a adicionar "itens", num “trabalho contínuo”.
Uma breve apresentação do Hereditas decorreu esta segunda-feira, antes da reunião de câmara. O vereador do Urbanismo, Fernando Seara de Sá, explicou as potencialidades do projeto, que visa ser um contributo importante para a preservação do património concelhio: “Podemos ir a a cada freguesia, cada local, para ver o que existe. Na plataforma, haverá fichas, fotografias, descrições históricas.”
No decorrer do processo de levantamento, “foram descobertas coisas que não se estava à espera” e essa “surpresa” é uma alavanca importante para apreender que a plataforma pode ter vários usos. Se é verdade que qualquer pessoa – este processo quer-se “universal”, diz o vereador – pode aceder à plataforma e ir em busca de património com o fim de o contemplar, a utilidade estende-se a outros campos: ao planeamento urbanístico e ao turismo, por exemplo. Como o património estará todo cartografado – e há registos de todas as freguesias –, é mais fácil para guias turísticas construírem rotas.
Caminhos, gravuras, edifícios
Mas o que foi catalogado? Quase tudo, desde Caminhos de Santiago a gravuras rupestres, passando por edifícios. O processo foi em busca de todo o tipo de heranças, inclusive as imateriais. Fernando Seara de Sá exemplifica: “Apesar de haver património imaterial, há um longo caminho a percorrer. Temos identificados na plataforma tudo o que são caminhos romanos e medievais”. E quando a plataforma for apresentado oficialmente no dia 27, até é possível que se constate que o legado ancestral é “paralelo a caminhos que usamos hoje”.
A coleta feita para o Hereditas não visa o mero “despejo” de informação, alertou Seara de Sá. Se 15 técnicos palmilharam o concelho vimaranense e fizeram o levantamento patrimonial, “tudo o que lá esta tem um trabalho paralelo de bibliografia e geolocalização.” Como “não existe património útil se não for usado”, o projeto tem também a missão de divulgar “estes itens” junto da comunidade académica, já que que sobre estes temas se podem debruçar olhos mais curiosos.
Neste anúncio da apresentação do Hereditas, o vereador com a pasta do Urbanismo também mencionou que a construção da base de dados ficou orçada em 370 mil euros. O público vai poder ficar a conhecer melhor o atlas ano próxima dia 27 de abril, terça-feira, às 10h00, na Black Box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães.