Entre o que se traz e o que se recebe, há muitos Natais em Guimarães
Audição apurada; a música anda no ar anunciando a quadra festiva. O olfato é também testado, com aromas tradicionais da época que acompanham o frio. Os olhos também se regalam com esta quadra; o vermelho ganha destaque e as luzes brilham em cada recanto.
Se dúvidas houvesse, o paladar confirma que está a chegar o Natal, transformador para pessoas e comunidades. Os sentidos apuram-se, os cinco, porque o tato também capta os afetos, as sensações e as texturas propícias da época.
Entre tradições rígidas e costumes generalizados, há culturas que se misturam, origens que se cruzam e geografias que se tocam. Para além dos nativos portugueses, o Natal de 2024 será celebrado em Guimarães por pessoas de 125 nacionalidades, pelo menos. São imigrantes que, por diferentes motivos, têm feito da cidade-berço o seu lar.
Ucrânia, Brasil, Índia, Síria e Colômbia são alguns desses casos, retratados no Jornal de Guimarães. Cinco famílias que abrem as suas portas, os seus costumes, e se deixam entrelaçar com as realidades aqui vividas, dia após dia. O bacalhau não é consensual. Há quem estranhe e entranhe, há tradições que permanecem apesar da distância e outras que vão sendo adaptadas.
Mesmo quem não festeja, por questões religiosas, acaba por sentir o espírito especial e faz troca de prendas. Em Medellín, por exemplo, as luzes de Natal têm uma escala muito maior, e o barulho é muito. Em São Luís do Maranhão, as iluminações são semelhantes, mas as de Kramatorsk, cidade ucraniana perto da linha da frente na guerra com a Federação Russa, costumavam ser diferentes antes da expansão do conflito.
Com mais doce ou menos doce, viaje entre os pontos que se tocam e as diferenças que bem notórias das pessoas dos quatro cantos do mundo que assinalam a festividade no território que é berço de Portugal.