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Enócoa de vidro é a peça do mês na Sociedade Martins Sarmento

Redação
Cultura \ terça-feira, julho 01, 2025
© Direitos reservados
Uma enócoa de vidro policroma, rara e com mais de dois mil anos, é peça em destaque no mês de julho na SMS. O objeto provém de uma sepultura descoberta nos terrenos de uma quinta próxima de Almeirim.

De 1 a 31 de julho, a Sociedade Martins Sarmento (SMS) apresenta como peça do mês uma rara enócoa de vidro, pertencente à categoria da arqueologia, sob a subcategoria de cosmética/ farmácia e medicina.

Proveniente de uma sepultura descoberta nos terrenos de uma quinta próxima de Almeirim, possivelmente a Quinta do Casal Branco, pertencente a Conde de Sobral, esta pequena enócoa de pasta vítrea policroma faz parte de um conjunto de objetos que inclui ainda um espelho de bronze e outros cinco artefactos de vidro- fragmentos de uma ampula, fragmentos de um frasco ou pequena garrafa, dois unguentários ou balsamários inteiros e uma taça canelada, também inteira. Segundo a SMS, é comum a recolha deste tipo de espólio em sepulturas de época romana.  O espólio encontra-se no Museu Martins Sarmento, dado que a filha do Conde de Sobral, Ana Francisca Braamcamp da Cruz Sobral de Almeida Castelo Branco de Narbonne-Lara de Mello Breyner, 2ª Condessa de Margaride, ofereceu estas peças ao museu, na primeira metade do século XX.

Este exemplar, datado entre os séculos VIII e I a.C., terá sido produzido no Egipto, entre a Época Baixa e o período Ptolemaico. Apresenta uma forma ovóide e assimétrica, feita em vidro azul-escuro opaco com decorações em branco e amarelo-mostra. Embora lhe faltem atualmente a asa e parte do gargalo, a peça mantém a sofisticação decorativa que a identifica como um objeto de luxo da Antiguidade, usado possivelmente para conter perfumes ou bálsamos.

A peça foi inicialmente estudada por Mário Cardozo na década de 1950, posteriormente por Jorge e Adília Alarcão, e mais recentemente por Marcus Carvalho Pinto em 2018, que aprofundou as questões técnicas e cronológicas do artefacto.

O museu destaca esta enócoa como testemunho valioso da circulação de objetos de luxo e da sofisticação das práticas funerárias durante o período romano, reafirmando a importância do seu acervo arqueológico.

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