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Em 2020, faturação das empresas de Guimarães caiu para o nível de 2017

Tiago Mendes Dias
Economia \ terça-feira, abril 05, 2022
© Direitos reservados
Volume de negócios de 5,09 mil milhões de euros comprova interrupção no crescimento de 2018 e de 2019. Quebras respeitam à indústria e ao comércio, os principais motores económicos.

No primeiro ano da pandemia, a atividade económica não só abrandou, como se encolheu. A tendência foi nacional e Guimarães repetiu o exemplo: as empresas de Portugal apresentaram, em 2020, um volume de negócios de 371,48 mil milhões de euros, soma que traduz uma descida de 10% face a 2019 (mais de 412 mil milhões); já o território vimaranense sofreu uma quebra de 6,3%, dos 5,43 para os 5,09 mil milhões, referem os dados do Instituto Nacional de Estatística, disponibilizados a 29 de março.

O ano em que o coronavírus se disseminou pelo mundo encerrou uma década de crescimento ininterrupto na faturação das empresas vimaranenses; a última vez em que ela caíra remonta a 2009, na eclosão da crise financeira, com os 3,87 mil milhões de euros do ano anterior a contraírem-se para os 3,60 mil milhões. A partir desse mínimo, o volume da atividade empresarial cresceu 50,8% até ao pico de 2019.

 

 

A quebra de 2020 foi a consequência da retração da atividade industrial, mais acentuada, e da atividade comercial, os dois setores que mais receitas garantem; em 2020, corresponderam a 78,2% de toda a faturação em Guimarães.

Na sequência do layoff requisitado por cerca de 70 mil empresas a nível nacional, pelo menos, o volume de negócios das indústrias transformadoras de Guimarães cifrou-se em 2,17 mil milhões de euros. O decréscimo em relação a 2019 foi de 9,3%. No comércio a grosso e a retalho, que inclui a reparação de automóveis e de motociclos, a contração foi mais ligeira, ficando-se pelos 2,7%: as receitas caíram dos 1,86 para os 1,81 mil milhões de euros.

O terceiro setor mais preponderante, o da construção, também experimentou uma descida, de 4,3%, rumo aos 447,72 milhões de euros. Em sentido inverso, as receitas com atividades de consultoria científica e técnica subiram 6,7% entre 2019 e 2020, para os 100,96 milhões de euros, verificando-se tendência semelhante com o imobiliário – faturação de 90,56 milhões em 2020, após crescimento de 11,2%.

 

 

Nos negócios, como na população: Guimarães aparece em 14.º

Município na casa dos 150 mil habitantes ao longo da última década, Guimarães apresentou, em 2020, a 14.ª faturação mais elevada entre os 308 concelhos do país, ocupando uma posição semelhante à demográfica.

À frente aparecem sete municípios da Área Metropolitana de Lisboa, encabeçados por Lisboa (80 mil milhões) e Oeiras (25 mil milhões), seis do Norte – Porto, na dianteira (13,19 mil milhões), Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Maia e Braga – e ainda Leiria, com 5,36 mil milhões. Entre todos esses concelhos, Matosinhos teve a particularidade de aumentar a faturação no primeiro ano pandémico – de 11,61 para 11,66 mil milhões de euros.

No Quadrilátero Urbano, o território vimaranense fica atrás de Braga (7,21 mil milhões de euros) e supera ligeiramente Vila Nova de Famalicão (4,98 mil milhões), aparecendo Barcelos mais atrás (3,43 mil milhões). Juntos, Guimarães e Famalicão perfazem 81,8% do volume de negócios da sub-região do Ave – 12,31 mil milhões, valor abaixo do do concelho do Porto. Quanto ao Norte, o mais populoso concelho do Ave perfaz 4,7% da faturação do Norte.

 

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