
Diversidade musical marca cartaz da 34ª edição do Guimarães Jazz
De 6 a 15 de novembro, o Guimarães Jazz assinala a sua 34.ª edição com uma programação que, mais do que celebrar o jazz, sublinha o compromisso do festival com a diversidade musical e a abertura estética. Com direção artística de Ivo Martins, o evento mantém-se fiel à sua missão de dar palco à multiplicidade de estilos e visões do mundo que o jazz contemporâneo comporta.
Segundo o diretor artístico, "toda a música, e especificamente o jazz tendo em conta as suas características próprias, é um espaço de abertura para a singularidade expressada pelo músico", o que justifica, acrescenta, a aposta contínua do festival "no conhecimento da maior diversidade possível de mundivisões". Numa época de crescente polarização cultural, o Guimarães Jazz propõe-se a "desacelerar a retórica" e a recentrar o foco na "essência do papel deste festival enquanto divulgador da história passada e presente do jazz".
A edição deste ano abre com dois concertos centrados na voz, em registos distintos mas complementares. No dia 6 de novembro, o saxofonista norte-americano Immanuel Wilkins apresenta "Blues Blood", um projeto que cruza jazz contemporâneo com raízes afro-americanas, num concerto enriquecido pela presença de três vocalistas. Já a 7 de novembro, Maria João, figura incontornável do jazz português, regressa ao palco do Guimarães Jazz duas décadas depois para assinalar 40 anos de carreira com "Abundância", um espetáculo onde retoma influências africanas, acompanhada por coro, banda e a Orquestra de Guimarães. O primeiro fim de semana encerra com o trio de Fred Hersch, a 8 novembro, um dos pianistas mais influentes da cena jazz atual, conhecido pela sua versatilidade e sofisticação interpretativa.
A segunda metade do festival começa a 13 de novembro com o saxofonista Mark Turner, referência do jazz moderno, que lidera um quinteto de excelência. Nos dois dias seguintes, o protagonismo recai sobre o piano, com Craig Taborn a juntar-se a Tomeka Reid, no violoncelo, e Ches Smith, na bateria, num projeto inovador, que poderá ser visto a 14 novembro, enquanto Danilo Pérez, pianista panamiano multipremiado, fecha o festival a 15 novembro com a histórica Bohuslän Big Band, da Suécia, prometendo uma fusão elegante de "classicismo e exotismo musical".
A programação paralela também será um espaço de descoberta e experimentação, com destaque para o dia 8 de novembro, onde o auditório secundário do Centro Cultural Vila Flor acolhe uma sessão dupla com o Hugo Santos 5tet, vencedor do Concurso Internacional de Jazz da Universidade de Aveiro, e o projeto "Of Fragility and Impermanence", liderado pelo contrabaixista André Carvalho. No domingo, dia 9 de novembro, a Porta-Jazz apresenta um quinteto internacional liderado pela pianista Clara Lacerda, com destaque para o cruzamento entre jazz e literatura através da poesia de Vasco Gato. O encerramento das parcerias do festival cabe à Sonoscopia, que traz a Guimarães o Trio Kvelvane-Østvang-Vermeulen, músicos oriundos da Noruega e da Bélgica, duas das mais dinâmicas cenas de improvisação livre europeia.
Como já é tradição, o Guimarães Jazz contará ainda com jam sessions e oficinas pedagógicas ao longo do festival. Este ano, essas atividades estarão a cargo do Alex Hitchcock Quintet. O grupo do saxofonista britânico, atualmente sediado em Nova Iorque, dará ainda dois concertos, sendo que um é em nome próprio, a 15 novembro, e o outro com a Orquestra de Jazz da ESMAE, a 9 novembro, fruto de uma residência artística com os alunos da instituição.
O Guimarães Jazz é uma organização conjunta d’A Oficina, do Município de Guimarães e da Convívio Associação Cultural. Os bilhetes estão disponíveis nas bilheteiras físicas e online.
Programa completo da 34.ª edição do Guimarães Jazz | 6 – 15 novembro