De Guimarães para o mundo: Fibrenamics leva o conhecimento às empresas
Um projeto que viu a luz do dia há sensivelmente doze anos, e que é “caso de estudo por parte da Comissão Europeia”, foi esta quinta-feira apresentado ao executivo municipal, antes da ordem do dia da reunião de câmara. A Fibrenamics nasceu no seio da ideologia do Ciência Viva, na Universidade do Minho, e o seu crescimento levou a que se tornasse numa associação sediada em Guimarães.
“Converter ciência e tecnologia em produtos inovadores”, ou seja “levar a ciência até o mercado” é o principal objetivo desta associação, segundo deu conta Raul Fangueiro, vice-presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e presidente da Associação Fibrenamics. “O que fazíamos ficava preso nos laboratórios e não tinha impacto na sociedade, o cidadão nem sabia o que fazíamos”, frisou.
O projeto começou por ser uma plataforma de ligação da universidade às empresas, que de forma célere chegou a 350 empresas. “Atingiu uma dimensão tal que já não era possível fazer uma gestão informal desta plataforma”, constituindo-se a associação como uma interface da Universidade do Minho.
Com o lema “From science to people” a Fibrenamics atua em áreas tão distintas como a defesa a arquitetura, a construção ou o desporto, e tem já um associado internacional – a empresa brasileira Suzano – , sendo a internacionalização uma das estratégias que a associação pretende dar continuidade. “A Fibrenamics tem sede em Guimarães, mas o modelo é reconhecido a nível internacional, e queremos levar o que fazemos de Guimarães para o mundo”, aponta Raul Fangueiro.
Entre os produtos que estão já no mercado, o líder da associação destacou peúgas com eletroestimulação, vocacionada essencialmente para desportistas, a primeira garrafa biodegradável produzida em Portugal, ou coletes balísticos, capacetes e joelheiras que estão em uso por parte do exército português.
Neste momento a Fibrenamics está instalada em Azurém, no campus da Universidade do Minho, sendo que a “expetativa é ir para novas instalações na Fábrica do Arquinho”, atirou Raul Fangueiro, um compromisso que Domingos Bragança reforçou como sendo um objetivo “consensual no executivo”. “É importante que as empresas de Guimarães, apesar de ser um trabalho para todo o mundo, aproveitem excecional conhecimento que é produzido na Universidade do Minho”, disse o presidente da Câmara Municipal de Guimarães.
Bruno Fernandes, vereador eleito pelo PSD, reconheceu que “este trabalho é decisivo para que as empresas possam inovar e ter desenvolvimento tecnológico”, de acordo com aquele que tem sido o posicionamento assumido pela oposição. “Temos destacado a importância do desenvolvimento económico do concelho, que assenta muito na transferência de conhecimento da universidade para as empresas”, disse.
FIBRENAMICS EM NÚMEROS
70 produtos inovadores
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