Da Junta da Costa, surge uma comissão para defender igreja de Santa Marinha
Os anos passam e as “infiltrações” no interior da igreja de Santa Marinha da Costa permanecem, assim como o “risco de ruína do telhado”, reconhece ao Jornal de Guimarães o presidente da Junta de Freguesia da Costa, Vítor Matos.
Pertença do Estado, o imóvel sob a alçada da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) continua à espera de obras, pelo que a Assembleia de Freguesia aprovou uma comissão para defender a requalificação do templo, na reunião de 22 de abril.
“A ideia é a comissão trabalhar por si e não ter um partido A ou um partido B a comandar. A comissão é apartidária, pretende representatividade do partido a nível local e do concelho, só pela defesa deste património. Um desastre seria calamitoso”, descreve o autarca, eleito nas autárquicas de 26 de setembro de 2021, pela coligação Juntos por Guimarães.
Sob a coordenação do presidente da Assembleia de Freguesia, Alexandre Barros da Cunha, essa equipa, o “mais consensual possível”, alega Vítor Matos, promete articular-se com a associação Muralha e com a Sociedade Martins Sarmento para ser uma “digna representante” perante a DRCN e o próprio concelho. “Essas associações têm conhecimento técnico mais fundamentado para levarem o problema a todo o concelho. Não pode ser só para ficar bonito quando está iluminada no Natal”, defende.
A comissão reúne-se pela primeira vez a partir das 18h00 de quarta-feira para “definir passos concretos” a tomar na defesa de um lugar cuja origem remonta à época de D. Afonso Henriques, tendo depois sido a casa dos cónegos de Santo Agostinho e da Ordem de S. Jerónimo.
CDS-PP saúda comissão e PS abstém-se na moção
Partido no qual Vítor Matos milita, o CDS-PP de Guimarães declarou “todo o apoio” a uma comissão que visa “envolver a comunidade na defesa do seu património histórico”, “sem protagonismos políticos ou pessoais”, e “encontrar soluções e recuperar a dignidade que a Igreja do Mosteiro da Costa tanto merece”. A Comissão Política Concelhia do CDS-PP, liderada por Nuno Vieira e Brito, assinala a “passividade” de um processo em que se prometem obras há oito anos.
Já a representação do PS na Assembleia de Freguesia lamentou a falta de abertura para “uma moção conjunta”, tendo-se abstido. De acordo com os socialistas, a requalificação das coberturas, correspondente à primeira fase de intervenção na Igreja de Santa Marinha, vai ter financiamento superior a um milhão de euros, a partir do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.