Hopeless: Com “ontemporaneidade e apontamentos passados” olha-se a natureza
“Pensar o país, através do teatro” é o que se propõe, em Guimarães, por estes dias. A odisseia nacional do Teatro D. Maria II olha na cidade berço para “cenários passados” e, inserido nesse âmbito, Hopeless vai esta sexta-feira ao palco do Grande Auditório Francisco Abreu do Centro Cultural Vila Flor.
Através de Teócrito e Virgílio, o coreógrafo romeno Sergiu Matis apresenta uma “performance que nos transporta ao passado, à Roma Antiga”, numa forma de “percebermos como os europeus, ou os ocidentais, pensam a natureza e os ataques que está a ser alvo”.
Num espetáculo interativo, em que o público pode acompanhar de perto o evoluir da ação, após o ensaio geral Sergiu Matis explicou que os espectadores “podem esperar contemporaneidade, apontamentos do passado, neste caso textos científicos sobre extinção, extinção de espécies em paisagens pós-apocalípticas”.
Hopeless será o estado de espírito quando se aborda este tema, admite o coreógrafo: “A perda da natureza, as coisas negativas que estão a acontecer ao ambiente está presente e é cada vez mais visível ano após ano”, defende, daí o título deste espetáculo, que se pode traduzir como ‘sem esperança’.
A peça inicia-se desde logo no foyer do Vila Flor, com som e um ambiente que transporta o público para a trama, em que estamos perante “poesia performativa” com a sua dose de “coreografia”, aponta Sergiu Matis.
“Olhando para a história, para as indicações passadas, percebemos a criação da natureza e como se mistura com a cidade, como as metrópoles mudam a natureza. Olhamos para o passado para perceber como estamos a agir”, destaca, prometendo “interatividade” e “várias experiências diferentes”.
O pano corre às 21h30 desta sexta-feira, com conceito e coreografia de Sergiu Matis, que concebeu o texto juntamente com Mila Pavicevic, a partir de traduções de Teócrito e Virgílio. “Uma força poderosa que nos leva a agir”, esta sexta-feira no CCVF.