Consagrados e promessas da música de câmara reúnem-se em Guimarães
Os timbres da música de câmara para cordas vão propagar-se de novo pela cidade a partir desta noite, com a abertura de mais um Guimarães Clássico, o quarto, já liberto das amarras da pandemia.
Em curso desde 2019, o festival coloca lado a lado jovens músicos de várias geografias, incluindo Portugal, e intérpretes de renome, destacando-se, neste verão, o violoncelista Konstantin Heidrich, um dos rostos do concerto de abertura, Em Crescendo, marcado para as 21h30 desta quinta-feira, no Paço dos Duques de Bragança.
Professor na Universidade de Arte de Berlim, o músico de Hamburgo apresenta um solo de Sonata para violoncelo solo, obra que compôs com Gyorgy Ligeti. Essa é a segunda das seis peças que constam do alinhamento para esta noite, que começa com solos, avança para os duetos e trios e encerra com orquestra.
Depois da abertura, reservada para as interpretações de Helena Winkeman e de Garth Knox por Marta Lucjan, haverá dois duetos a interpretar obras de Bohuslav Martinu e de G. F. Haendel - Johan Halvorsen.
Presente nesse último dueto, o violinista Emanuel Salvador, um dos rostos do Quarteto de Cordas de Guimarães, entidade que organiza o festival, também consta do trio que vai tocar Sequência para trio de cordas, de Roman Haas, com Konstantin Heidrich e Andriy Viytovich, violista ucraniano que também marca presença na última apresentação da noite, com Salvador e a Orquestra do Festival Guimarães Clássico, formada por 23 músicos, quase todos os que atuam nestes três dias. O Paço dos Duques despede-se do festival com a Suíte n.º 3 para violino, viola e orquestra de cordas.
No segundo dia, a comitiva do festival ruma à Igreja de São Francisco, palco de dois octetos de cordas, a partir das 21h30. O primeiro a atuar é o Rosin Octet, formação com jovens de várias nacionalidades sediada nos Países Baixos; vai interpretar Octeto em Ré Maior, de Reinhold Glière. Segue-se o Octeto Guimarães Clássico, com nomes como Vasko Vassilev, violinista búlgaro, convidado de sempre do festival, para interpretar obras de Felix-Mendelssohn-Bartholdy.
O encerramento dar-se-á no Teatro Jordão, às 21h30 de sábado, com a Orquestra do Festival Guimarães Clássico a interpretar A Morte e a Donzela de Franz Schubert e duas obras de Pablo Sarasate: Fantasia Cármen para violino e orquestra e Navarra op.33. Vasko Vassilev e Emanuel Salvador atuam como solistas.
Criado a partir da ligação musical (e conjugal) entre Emanuel Salvador e a polaca Emilia Goch Salvador, o Guimarães Clássico surgiu em 2019, tal como o Szczecin Classic, na cidade de onde é natural a violista. Ambos pertencem ao Quarteto de Cordas de Guimarães, fundado em 2016, e estão ligados à academia da Baltic Neopolis Orchestra (BNO), em Szczecin.