Como apoiar as freguesias? Executivo e oposição seguem caminhos diferentes
A coligação Juntos por Guimarães diz não estar satisfeita com a “política de apoio às freguesias” desenvolvida pelo município. “Somos a favor de todos os apoios, mas não nos revemos na forma quantitativa e na forma qualitativa como eles são levados a cabo”, explicou o vereador social-democrata, Hugo Ribeiro.
Em causa estavam alguns dos pontos da reunião de câmara desta segunda-feira relativos à concessão de apoios e delegação de competências para as juntas. Segundo Hugo Ribeiro, a política atual da câmara pode traduzir-se numa “subsidiodepêndencia”.
Na resposta, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães (CMG), Domingos Bragança, salientou que os presidentes de junta são “pessoas com carácter e personalidade” e acenou com os cerca de seis milhões de euros contemplados no orçamento de 2021 para protocolos, apoios, subsídios e delegações de competências para as freguesias.
“Nós não estamos a promover a coesão, a resolver assimetrias, mas com planeamento. Temos um território harmonioso. Fazemos muito e bem. A oposição defende entregar à junta de freguesia e depois a junta de freguesia promove o investimento que entender. Mas esse entendimento tem de ser feito com a CMG e assim é que está bem”, atestou o autarca.
À margem da reunião, em declarações aos jornalistas, Hugo Ribeiro referiu que a coligação é a favor de que as” verbas sejam, no mínimo, o dobro do fundo de financiamento das freguesias”. “Temos defendido várias vezes que as parcas verbas que são transferidas as freguesias implicam uma perda de autonomia do poder local. O nosso objetivo é que as juntas não fiquem dependentes do município. Que tenham verba bastante para vir aqui mendigar”, completou. No entender do vereador, delegar mais competências às freguesias traduzir-se-ia em “mais autonomia”. “Basta que estes programas sejam duplicados, triplicados. Nas juntas há pessoas com instrução. Quem está à frente no município e quem tem responsabilidades, se as delegar tem mais tempo para outras coisas”.
Domingos Bragança fez questão de sublinhar o esforço feito pelo município em prol da coesão territorial. Defendendo a importância do planeamento, o socialista lembrou outras obras da responsabilidade da câmara que estão no terreno: a requalificação do centro cívico de Caldas das Taipas, o reperfilamento da EN 207-4 e o curso que liga Longos a Leitões.