Com ouvidos na “herança indígena”, Ciclo Terra vai à Colômbia via Amazónia
Depois de Mário Lúcio, ícone da cultura cabo-verdiana, e do brasileiro Mateus Aleluia, a música está de regresso ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) na quinta-feira, para o terceiro espetáculo do Terra de 2022. O ciclo de músicas do mundo continua a deambular por latitudes sul-americanas, mas agora por meio da colombiana Pao Barreto e da sua cumbia, registo musical que transparece a influência das tradições africanas nas Américas.
Radicada em Paris, cidade onde estudou etnomusicologia, a artista apresenta na black box o primeiro álbum da carreira Sipralis, lançado há um ano. Em nota, o CIAJG descreve a obra de Pao Barreto como “música de resistência, vista durante décadas pelos colonizadores como uma expressão demoníaca”, que “nasceu da confluência entre o ritmo dos tambores trazidos pelos africanos escravizados e as melodias das gaitas indígenas”. A primeira atuação da colombiana em Portugal está marcada para as 21h30.
No dia anterior, à mesma hora, o Terra exibe O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra, também na black box do CIAJG. O filme mostra Karamakate, “outrora poderoso xamã da Amazónia, como último sobrevivente do seu povo, que se isolou voluntariamente nas profundezas da selva, ficando vazio, privado de emoções e memórias”, refere a nota de apresentação do filme. O curso da sua vida sobre, porém, “uma reviravolta” quando recebe a visita de Evan, “um etnobotânico americano em busca de Yakruna, uma poderosa planta”.
O bilhete para o concerto custa 10 euros (7,5 euros com desconto) e dá acesso à sessão de cinema, enquanto os bilhetes para a sessão de cinema custam 3,5 euros e podem ser adquiridos no local, sendo a entrada gratuita para os associados do Cineclube de Guimarães.