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Coligação JpG quer autocarros gratuitos para menores de 18 e maiores de 65

Tiago Mendes Dias
Sociedade \ terça-feira, agosto 24, 2021
© Direitos reservados
O alargamento dos transportes públicos é uma das propostas de Bruno Fernandes, a par da implementação de ciclovias nas Nacionais 101, 105 e 206 e de novos acessos viários ao Multiusos e ao hospital.

A criação de uma “rede eficaz de transportes públicos”, com “cobertura concelhia e horários alargados”, é um dos oito eixos do programa da coligação Juntos por Guimarães para a mobilidade entre 2017 e 2025, dimensão “fundamental para o desenvolvimento do concelho”, realçou Bruno Fernandes, na quarta sessão de apresentação de propostas para as Autárquicas de 26 de setembro.

Convicto de que Guimarães enfrenta dificuldades na mobilidade concelhia e nas ligações aos centros de mobilidade regional, o candidato da aliança PSD/CDS-PP à presidência da Câmara Municipal defende o investimento na “requalificação dos principais eixos viários”, na promoção das ciclovias como meio de transporte e do carro elétrico, na pedonalização e ainda no “uso intensivo e massivo do transporte público”, com a gratuitidade do acesso a várias camadas da população.

“Pretendemos transporte coletivo gratuito para residentes menores de 18 anos, estudantes universitários e maiores de 65 anos, bem como para pessoas de mobilidade condicionada, disse o social-democrata, na apresentação que se seguiu às propostas para a habitação, para a área social e para a economia. “Temos de ter também incentivos concretos para que os mais novos possam retomar os hábitos do transporte público”, acrescentou.

Já a promoção da mobilidade suave, através da bicicleta ou de outros veículos não motorizados, está interligada com a requalificação de quatro das principais estradas do concelho: a EN101, que liga a cidade e as Taipas, seguindo depois para Braga, a EN206, de ligação a Ronfe e depois a Famalicão, a EN105, que une a cidade e a área sudoeste do concelho, e a EN207-4, que constitui o principal acesso a São Torcato.

A coligação JpG promete requalificar as quatro estradas, dotando-as de “corredores exclusivos para transportes públicos e ciclovias sempre que possível”. No caso da EN206, Bruno Fernandes comprometeu-se a realizar um novo acesso em Silvares para resolver o foco de congestionamento automóvel que persiste com a conclusão do desnivelamento. No caso da EN101, o projeto apresentado foi o mesmo de 2017, com a inclusão de espaços dedicados para transportes públicos, ciclovias e peões.

Para o candidato, o uso da bicicleta como meio de transporte só pode crescer se as ciclovias estiverem nos principais eixos viários. “Não queremos vias de cicloturismo. Queremos vias cicláveis para incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte. Isso passa por um programa de segurança que promova a mobilidade suave na vida urbana em deslocações para o trabalho ou de lazer”, frisou.

Quanto à estratégia para o concelho, defendeu ainda a criação de um novo acesso à A11 na zona de Brito, para beneficiar a área noroeste do concelho com uma ligação mais rápida ao Avepark, que pode facilitar a “implantação de novas empresas na área”, e a requalificação do troço da EN 310 entre Pevidém e Guardizela, com vista à criação de um novo parque industrial.

Também a mobilidade elétrica mereceu atenção do candidato. Para a coligação PSD/CDS-PP, deve haver um posto de carregamento normal para automóveis elétricos em todas as freguesias e um posto de carregamento rápido em cada uma das vilas. Bruno Fernandes classificou de “inaceitável” o facto de existir somente um posto de carregamento fora da cidade em 2021 – no caso, está na vila das Taipas. O candidato prometeu ainda a “instalação de um hub de carregamento rápido”, antecipando que, daqui a 20 anos, as “grandes marcas deixarão de produzir automóveis que não sejam elétricos”.

 

Estacionamento periférico e novos acessos à cidade

Ao focar-se na cidade, o rosto da segunda força mais votada nas Autárquicas de 2017 considerou que os “problemas de trânsito se têm adensado nos últimos anos”. Convencido de que é preciso “retirar progressivamente os carros da cidade” e implementar uma “pedonalização faseada do centro histórico”, Bruno Fernandes defendeu a necessidade de garantir transporte entre os parques de estacionamento periféricos e os espaços mais centrais. Para completar o anel de estacionamento em redor da cidade, o social-democrata prometeu a execução de um novo em Fermentões e de dois na área da Universidade do Minho.

Quanto aos novos acessos, o candidato da JpG elencou cinco: uma saída para o Multiusos a partir da variante de Creixomil, uma saída para o Hospital Senhora da Oliveira a partir da circular urbana, as ligações entre o Reboto e a Alameda do Parque da Cidade Desportiva e entre o Reboto e Pevidém, bem como o desnivelamento do Salgueiral, empreitada já prevista pelo executivo socialista.

Questionado sobre as obras com potencial para se concretizarem mais rapidamente, Bruno Fernandes vincou que é essencial melhorar a interligação entre cidade e vilas para se estancar a perda de população, bem como o alargamento do transporte público, no âmbito de um concurso já efetuado – a empresa Vale do Ave ganhou a concessão -, que pode ser “trabalhado e melhorado”. A interligação entre os parques de estacionamento e a cidade para remover o trânsito do centro é também uma ambição de curto prazo.

Já a questão do acesso ao comboio de alta velocidade, pela dimensão nacional, pode ser mais demorada, admitiu. Ainda assim, vincou que Guimarães tem de “antecipar projetos estruturantes” como esse e ainda trabalhar uma “solução rápida” na ligação ao Porto.

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