JpG insiste no apoio ao CIAJG. Extinção da FCG prejudicou, crê maioria
O financiamento estatal ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) voltou à mesa do executivo municipal: pela voz de Vânia Dias da Silva, a única representante do CDS-PP no órgão, a coligação Juntos por Guimarães exigiu uma solução de financiamento para o centro de arte contemporânea, na sequência da visita do Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, à cidade, no dia 18 de outubro.
O centro de arte contemporânea é caso único entre os equipamentos herdados pelas cidades Capital Europeia da Cultura (CEC) em Portugal – o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e a Casa da Música, no Porto, recebem uma verba anual.
“Reivindicou-se sempre esse apoio. Em 2018, em jeito de favor, foi atribuída uma verba de 300 mil euros para nos contentarmos, mas não foi algo permanente como Lisboa e Porto. É um problema já antigo, com barbas”, expôs a vereadora centrista, reconhecendo que o CIAJG é um “museu com muita qualidade” numa praça, a Plataforma das Artes, que, a seu ver, é um “falhanço”. “É um espaço sem vida. Tínhamos ali um mercado ótimo”, disse.
Também convencido de que o CIAJG é “um projeto com qualidade indiscutível, que merece ser apoiado”, o vereador com o pelouro da cultura frisou que a Câmara Municipal está a negociar com o Ministério da Cultura uma solução, embora a versão “definitiva” possa ainda demorar.
“Continuamos a trabalhar numa situação definitiva para esse modelo de financiamento. (…) Este diálogo com o Ministério da Cultura está a decorrer de forma profícua. A solução definitiva dificilmente será a imediata”, descreve Paulo Lopes Silva.
O vereador socialista crê que o problema já poderia estar resolvido caso a Fundação Cidade de Guimarães (FCG) não tivesse sido extinta a 01 de janeiro de 2012, mesmo antes do início da CEC, pelo Governo de então, liderado por Pedro Passos Coelho. "Se tivéssemos a FCG no pós-CEC, que incorporava nos seus órgãos o Ministério da Cultura e o Ministério das Finanças, seria possível incorporar imediatamente a rubrica no Orçamento do Estado. Sem isso, é impossível”, defendeu.
Essa fundação, que, a seu ver, era até a “solução mais sustentável de gestão de todos os equipamentos culturais do território”, está ainda em processo de extinção, recorde-se. “A Oficina, pelo seu modelo de organização, não pode ter formalmente o mesmo tipo de apoio do CCB, da Casa da Música ou até de Serralves”, admite, lamentando: “Aquele Governo tomou uma decisão contrária aos interesses de Guimarães”.
Diálogo para afinar financiamento da Oficina
Através da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, o Centro Cultural Vila Flor recebe 200 mil euros anuais do Estado, entre 2022 e 2025. Paulo Lopes Silva avisou, contudo, que, no modelo de financiamento anterior, a Oficina recebia mais de 300 mil euros, tendo sido uma das três entidades prejudicadas pelo novo modelo, a par das Comédias do Minho, sediadas em Paredes de Coura, e do Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo.
A Câmara está a tentar articular com o Ministério da Cultura uma solução para atingir o “patamar máximo de financiamento”, cifrado em 450 mil euros, avançou o vereador.