CIAJG sem financiamento do Estado. “Não podemos aceitar para Guimarães”
As declarações de Pedro Adão e Silva ao Jornal de Guimarães, sobre o financiamento do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), foram abordadas em reunião de câmara, debatendo-se uma vez mais o financiamento cultural por parte do Estado.
Vânia Dias da Silva, vereadora da oposição, sustentou que o Ministro da Cultura “mandou o senhor presidente ir bater à porta dos privados para arranjar financiamento”, contrariamente ao que acontece com os equipamentos criados em Lisboa e no Porto no âmbito da Cidade Europeia da Cultura.
“Não é de agora que temos visto que não tem força política, peso político, junto do poder central, para fazer o que é preciso para Guimarães. Guimarães não pode ter um estatuto diferente de Lisboa e do Porto. Tinha de ter força suficiente para ter financiamento semelhante. Esqueçam o estado central, vá pedir ao mecenato, aos privados, que apoiem a plataforma das artes”, disse a vereadora, dirigindo-se ao presidente da câmara.
De resto, Vânia Dias da Silva disse que “está na hora de assumir o falhanço total relativamente à Plataforma das Artes e da Criatividade”.
Em resposta, Paulo Lopes Silva – vereador da cultura – lembrou a extinção da Fundação Cidade de Guimarães como sendo um dos entraves ao financiamento. O vereador vincou que está a ser trabalhada uma forma de poder resolver este problema, afirmando que Guimarães quer “ter uma palavra ativa na definição das políticas nacionais de apoio às artes”. "Continuamos a apostar seriamente, com convicção, porque acreditamos no que ali está (CIAJG)”, disse.
Domingos Bragança acrescentou que as declarações de Pedro Adão e Silva foram de âmbito nacional, centrando a questão na possibilidade de os principais monumentos vimaranenses, nomeadamente o Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques de Bragança e o Museu Alberto Sampaio poderem vir a ser geridos centralmente.
“É inadmissível, foi isso que disse ao ministro”, frisou o presidente da Câmara, acrescentando que no seu entender estes monumentos deveriam ser geridos localmente: “Esta receita resolvia o problema dos equipamentos culturais e fazia toda a diferença para Guimarães”. Bragança terminou, dizendo que “este pensamento centralista não é bom”. “É algo que não podemos aceitar para Guimarães”, concluiu.