Câmara lança concurso para o projeto da academia de transformação digital
A prometida reconversão de parte da antiga fábrica do Alto na academia de transformação digital pode, em breve, dar um passo em frente, face ao lançamento do concurso para o projeto de requalificação, anunciado esta segunda-feira pela Câmara Municipal de Guimarães em Diário da República.
O documento esclarece que os concorrentes podem enviar propostas de arquitetura até às 17h00 do “21.º dia a contar da data de envio do presente anúncio”, fixando o início de agosto como o prazo-limite; o preço-base – máximo, neste caso - é de 225 mil euros.
Depois da intenção inicial de instalar no outrora espaço fabril de Pevidém a academia da indústria, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, confirmou, em março de 2020, que parte da infraestrutura devoluta, a cargo de um administrador de insolvência, iria ser adquirida para a implementação da academia de transformação digital.
A 25 de agosto desse ano, a Câmara Municipal confirmou a compra de dois dos prédios incluídos na antiga têxtil, totalizando 5.768 metros quadrados, por 820 mil euros, valor aceite pelo administrador da insolvência após a proposta inicial de 1,2 milhões de euros.
Fundada em 1928, a empresa João Ribeiro da Cunha, conhecida como fábrica do Alto, laborou até à década de 2010, tempo em que fechou portas, após dezenas de trabalhadores terem caído numa espiral de salários em atraso.
Em junho de 2021, Domingos Bragança anunciou a intenção de batizar o futuro equipamento como Academia Comendador Albano Coelho Lima, em homenagem ao fundador da Coelima, têxtil contígua à fábrica do Alto.
O que é a transformação digital?
As sucessivas referências da Câmara Municipal de Guimarães à transformação digital respeitam a um processo que pode incorporar conhecimento científico associado à inteligência artificial e à Internet das Coisas – reunião e transmissão de informação entre máquinas –, que pode ser aplicado em vários contextos. Durante a pandemia, o Banco Europeu de Investimento esclareceu, por exemplo, que os atrasos na digitalização era uma barreira crucial para 16% dos investimentos realizados por empresas da União Europeia, ao passo que nos Estados Unidos esse valor caía para 5%.
Para justificar a aposta, Domingos Bragança referiu, em 2020, que a infraestrutura pode impulsionar as cerca de quatro mil microempresas do concelho, que, juntas, perfazem um volume de negócios superior a mil milhões de euros por ano.