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Bruno Varela não quis deixar o jogo no Bessa. APCVD instaura processo

Redação
Desporto \ terça-feira, março 11, 2025
© Direitos reservados
A autoridade instaurou um processo na sequência dos insultos racistas denunciados pelo guarda-redes do Vitória SC no Estádio do Bessa. Sindicato dos Jogadores vinca que “racismo é crime”.

Na sequência dos insultos racistas de que se queixou no Estádio do Bessa, ao minuto 37 do desafio entre o Boavista e o Vitória SC, para a 25.ª jornada da Liga Portugal Betclic, no domingo à noite, Bruno Varela agradeceu as mensagens e manifestações de apoio através da rede social Instagram e esclareceu que a saída da baliza rumo ao banco de suplentes axadrezado, que interrompeu o desafio por cinco minutos, não se destinou, em nenhum momento, a deixar o relvado e o jogo.

“O mais importante ontem [domingo] foi a grande reação da equipa e mais três pontos importantes. Em nenhum momento, pensei sair do campo. Só para que fique esclarecido. Apenas quis manifestar o meu desagrado com o que vi e ouvi das bancadas”, escreveu, em alusão aos insultos provenientes do patamar inferior da bancada sul do Bessa, onde se encontrava a claque Panteras Negras, afeta ao Boavista.

 

APCVD abre processo. Sindicato dos Jogadores repudia: “Ato hediondo”

Na sequência do ocorrido no Bessa, a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) instaurou um processo contraordenacional na segunda-feira. “Face à notícia difundida nos órgãos de comunicação social relativamente a alegados insultos de teor racista, dirigidas ao jogador do Vitória SC, Bruno Varela, (…) a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) instaurou um processo de contraordenação para apuramento dos factos”, informou o organismo, em comunicado.

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, também se pronunciou sobre os insultos racistas a Bruno Varela, considerando “inaceitável” que “episódios degradantes” como o de domingo continuem a existir no principal escalão do futebol luso, manchando “o espetáculo e a integridade da competição. “Não podemos aceitar a banalização do insulto e comportamentos racistas ou discriminatórios, seja de quem for. Tolerância zero, recordando que, além de ser um ato hediondo, o racismo é crime. Um forte abraço ao Bruno, na certeza de que todos os jogadores, colegas e adversários, estão com ele”, reiterou.

O artigo 113.º do Regulamento Disciplinar das competições organizadas pela Liga Portugal, referente a comportamentos discriminatórios, vinca que “o clube que promova, consinta ou tolere a exibição de faixas, o cântico de slogans racistas ou, em geral, quaisquer comportamentos que atentem contra a dignidade humana em função da raça, língua, religião, origem étnica, género ou orientação sexual é punido com a sanção de realização de jogos à porta fechada, a fixar entre o mínimo de dois e o máximo de cinco jogos”, acrescentando que a sanção de multa varia entre os 2500 e os 25 mil euros.

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