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Bibliotecas escolares: Hoje é o dia delas e "não ler, não é opção"

Carolina Pereira
Educação \ terça-feira, outubro 26, 2021
© Direitos reservados
Hoje assinala-se o dia das bibliotecas escolares. Literacia, solidariedade e novas experiências. As bibliotecas continuam a ser espaços onde as crianças refletem "sobre como funcionam as coisas".

Porque a leitura é significativa para a aprendizagem e desenvolvimento de cada criança, e porque “não ler, não é opção”, existem vários programas promotores da leitura nas escolas e são as bibliotecas escolares as principais incentivadoras desse hábito.

Neste dia em que se celebram as bibliotecas escolares, 25 de outubro, torna-se importante salientar a importância do seu papel, sobretudo depois de um confinamento em que muitas crianças ficaram condicionadas no que toca a ferramentas de estudo. Segundo conclusões do inquérito do Centro de Economia da Educação da Universidade Nova de Lisboa, de 2020, só nas escolas públicas, do 1.º ao 12.º ano, 28% dos alunos do ensino básico não tem acesso a computadores com internet. E tal como equipamentos eletrónicos, existem crianças sem grande acesso a livros em casa.

Em Guimarães, no Agrupamento de Escolas de Abação e no de Abel Salazar, em Ronfe, as atividades de leitura não faltam. À conversa com as coordenadoras da biblioteca de cada uma destas escolas, Isabel Monteiro e Alcina Sousa, percebeu-se que “os alunos ainda continuam a recorrer muito à biblioteca” e “a ação de alunos requisitarem livros é significativa”. Isso deve-se à grande quantidade de programas de leitura em que a escola e coordenadoras envolvem os seus alunos.

Sublinhe-se o trabalho desenvolvido através do projeto “Abação para o Mundo” que tem vindo a crescer nos últimos anos e resulta da parceria da biblioteca da escola com a delegação escolar da Ribeira Grande de Santiago, em Cabo Verde.

“A nossa escola funciona como coordenadora e, com este projeto solidário, pretendemos envolver alunos, pais e toda a comunidade educativa na recolha de bens, material escolar, material desportivo, brinquedos, roupa, livros, para enviar para Cabo Verde. Chegou lá, há um mês, um contentor que enviamos. E já conseguimos envolver mais três agrupamentos nisto, como Fernando Távora, João de Meira e Abel Salazar, o que nos permitiu ajudar várias escolas que apadrinhámos em Cabo Verde”, explicou Isabel Monteiro. Uma missão que faz a escola sentir-se orgulhosa pela cooperação a nível de resposta educativa que transmite.

Para a coordenadora da biblioteca de Abação, são ações importantes que não só fomentam a capacidade intelectual do aluno, como do “ser”. “Não só a nível de ensino e aprendizagem, mas a nível solidário. Crescem muito. Também temos uma parceria com o lar de São Francisco, “Abação adota um idoso”, em que os alunos contam histórias ou filmam-se a contar as histórias e enviam aos idosos. Ou mesmo noutra iniciativa em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, eles próprios leem as histórias, filmam e enviam aos doentes oncológicos.”, partilha.

Alcina Sousa, do agrupamento de Abel Salazar, frisa a influência que este tipo de programas tem na progressão dos mais novos e na diversidade de experiências que, através deles, ele obtém.  Articulado entre a biblioteca, educação pré-escolar e o projeto Ciência na Escola, “Cientista vai à escola” é uma atividade que se centra principalmente no pré-escolar e que tem continuidade ao longo dos restantes anos. Isto, porque no primeiro ciclo os alunos já começam o ensino experimental. “Procuramos criar momentos onde a literatura infantil e ciências experimentais se cruzam. Há sempre uma literatura associada à experiência que a colega vai desenvolver. Desta forma, a criança é confrontada com dúvidas e questões e é convidada a refletir sobre como funcionam as coisas. Isto potencia a motivação das crianças nas áreas das ciências privilegiando a leitura.”, desvenda a coordenadora.

Adotando muitas outras iniciativas do PNL, as escolas e bibliotecas escolares estão numa constante procura de novas dinâmicas que ajudem na evolução dos seus alunos. Para as professoras e coordenadoras destes espaços, o interesse é comum: “O importante é que a leitura seja promovida”.

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