BE quer um inventário do arvoredo existente no concelho de Guimarães
E se Guimarães inventariasse o arvoredo existente no concelho? A ideia foi proposta pelo Bloco de Esquerda no decorrer da última Assembleia Municipal (AM). “A criação de um inventário vai constituir uma base do conhecimento sobre o parque arbóreo do concelho: além das espécies, o número de exemplares, as características e localização”, elencou a deputada bloquista Sónia Ribeiro.
O mote para a intervenção da única representante do partido na AM foi o ponto sete da ordem de trabalhos, dedicado à “Análise do Relatório da Atividade da Câmara Municipal de Guimarães”. Sónia Ribeiro lembrou o abate de várias árvores no Largo Frei Cristovão dos Reis, na vila de Caldas das Taipas, “para destapar a ribeira da Canhota” no âmbito da requalificação do centro cívico da freguesia. E acenou com esse episódio para justificar a necessidade de criar de um Regulamento do Arvoredo Urbano.
“As árvores e os arbustos de porte arbóreo melhoram a qualidade de vida nas zonas onde reside a maioria de população. Apesar de todos os benefícios do arvoredo urbano, o município de Guimarães não possui um instrumento de inventariação, planeamento e gestão para proteger e conservar as árvores no espaço urbano. Além disso, carece intervenção especializada, o que origina abates desnecessários”, referiu Sónia Ribeiro.
Para além do inventário, os bloquistas vimaranenses defendem a criação de um regulamento municipal para a gestão da vegetação arbórea “com base nas recomendações de especialistas em arboricultura”.
Esta junção das recomendações de peritos com “os pergaminhos reconhecidos” do concelho “na área do arvoredo e dos jardins” foi vista com bons olhos pelo presidente da Câmara Municipal de Guimarães. “Se é para melhor, cá estamos”, assinalou Domingos Bragança. “De certa forma, é compilar num regulamento toda a nossa prática e um conjunto de saberes que os especialistas nos poderão dar”.
Na recomendação do Bloco de Esquerda ficou também patente a necessidade de incluir a previsão e programação das intervenções das diferentes entidades envolvidas na gestão do património arbóreo em espaço urbano. “Toda a informação deve ser de fácil acesso ao publico e o seu acompanhamento facilitado. Os planos devem ser discutidos nesta assembleia”, rematou a deputada bloquista.
A definição de um conjunto de regras que visa proteger o arvoredo urbano tem sido tema de vários projetos de lei apresentados por partidos como Os Verdes, Bloco de Esquerda ou PAN.