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Agora internacional, Jota Silva quebra jejum em dérbi de amarras

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, março 30, 2024
© Direitos reservados
Cabeceamento exímio do atacante sentenciou o triunfo do Vitória sobre o Moreirense, num dérbi equilibrado, a nível tático e de ocasiões. Turma de Álvaro Pacheco encosta-se assim ao quarto posto.

Com a chuva a bater, o dérbi não parecia atar nem desatar. O Vitória sentia dificuldades perante a pressão do Moreirense, com jogadores a desmultiplicarem-se pelo terreno para cortarem as eventuais progressões e transições; elementos como Tiago Silva ou Tomás Händel pareciam vigiados a cada momento, desvanecendo-se algum do seu impacto na manobra ofensiva preta e branca. O Moreirense, com Ofori como bússola, esperava pelos timings certos da pressão vitoriana, para superar linhas e chegar num repente à área vitoriana, mas os problemas eram notórios nessa fase. Ora por atrapalhação, ora por hesitação, ora por mera incapacidade dos pontas de lança para superarem os defesas vitorianos, esses ataques perderam-se quase sempre à medida que a bola pisava a área contrária.

Esses condimentos reuniram-se para um duelo nivelado na iniciativa e nas ocasiões. Coube a um dos jogadores mais falados em Portugal na última semana e meia decidir o encontro a favor da equipa da casa: Jota Silva impulsionou-se rumo ao segundo andar para um cabeceamento irrepreensível, como manda a lei. Kewin Silva bem se esticou, mas a bola entrou rente ao poste direito. Um minuto depois de Álvaro Pacheco tentar mexer com o ataque, face à troca de João Mendes por Kaio César, o Vitória encontrava o caminho de um golo muito celebrado na hora pela maioria dos 15.143 espetadores presentes no D. Afonso Henriques e também depois do apito final.

Encerrado mais um capítulo que juntou as duas principais equipas de futebol de Guimarães, este para a 27.ª jornada da Liga Portugal Betclic, o quinto classificado Vitória ganhou em toda a linha. Somou o quarto triunfo consecutivo, encostou-se ao Sporting de Braga, quarto classificado, e fixou uma distância de 11 pontos para o Moreirense, sexto, quando falta disputar 21. Para os cónegos, fica o consolo de se terem batido de igual para igual, com momentos de superioridade a espaços, e o lamenta de alguma falta de poder no eixo do ataque.

Duas equipas a rubricar um bom campeonato foram brindadas com um dia cinzento e descargas de chuva para esta 26.ª edição do dérbi do concelho de Guimarães, a contar para o escalão maior do futebol português. O Vitória apresentou-se a todo o gás mal soou o primeiro apito de João Gonçalves, à boleia do seu jogador recém-elevado ao estatuto de internacional português.

Com arrancadas que ninguém parecia capaz de travar, Jota Silva esteve na origem dos dois primeiros lances de perigo da tarde: aos dois minutos, tirou um cruzamento longo que obrigou Kewin Silva a tentar afastar a bola; nesse esforço, ela embateu na trave. Aos seis, arrancou pelo centro do terreno, superando todas as tentativas de desarme, e serviu Bruno Gaspar; o lateral atirou cruzado para defesa incompleta do guarda-redes brasileiro.

Os lances projetavam um ascendente vitoriano, com o Moreirense a organizar-se na retaguarda para tentar surpreender em velocidade, mas o resto da primeira parte não foi assim. A queda de Tomás Ribeiro abriu o flanco para Kodisang e para o lance mais perigoso dos homens de Moreira de Cónegos em toda a primeira parte: Camacho desequilibrou-se quando estava solto e rematou à meia-volta por cima.

Os pupilos de Rui Borges compreenderam então como tirar a energia ao Vitória: abrandaram a construção ofensiva na primeira fase, com o cérebro Ofori a receber sempre a meio e a pausar o jogo, à espera da pressão alta vitoriana para contornar os elementos mais avançados dos pretos e brancos e para lançar os seus elementos mais adiantados com espaço. Fê-lo bem, mas faltou-lhe poder de fogo na frente. Essa foi, aliás, a maior pecha do Moreirense nos 90 minutos, com Vinicius Mingotti, primeiro, e Nlavo, depois, quase inofensivos para o trio defensivo vitoriano. Os ataques cónegos dependiam assim da fantasia e da velocidade dos alas, que muito trabalho deram, principalmente a Ricardo Mangas, várias vezes em dificuldades na ala esquerda.

Curiosamente, até foi o lateral esquerdo vitoriano a dispor da melhor ocasião até ao intervalo, com um cabeceamento por cima em posição privilegiada. A segunda parte foi muito parecida: toada de equilíbrio, muitos momentos de pausa, duelos a meio-campo, pressões acérrimas, cortando o espaço aos mais criativos, e ocasiões muito a espaços. A bom rigor, foram duas para cada lado: João Mendes tentou um golo espetacular aos 59, mas a bola passou ao lado; Camacho fez abanar as redes exteriores de Charles aos 65; Jota cabeceou para o fundo das redes e Matheus Aiás, um minuto depois de entrar, proporcionou a defesa da tarde ao guardião vitoriano, a um dos 90. Com uma palmada, o brasileiro Charles afastou o cabeceamento do compatriota para bem longe. Afastava também o espectro do empate, lançando o Vitória para os 53 pontos. Foi com essa marca que terminou o campeonato anterior. Faltam sete jornadas para a superar.

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