A quase centenária Coelima pede insolvência após vendas caírem mais de 60%
Uma década depois de se ter confirmado a fusão com a António de Almeida & Filhos, de Moreira de Cónegos, e com a JMA, de São Martinho do Campo, em plena crise financeira, a Coelima volta a atravessar dificuldades noutra crise, pandémica desta feita, e pediu a insolvência.
Uma fonte oficial da têxtil de Pevidém adiantou à Lusa que o pedido foi entregue nesta quarta-feira, após as vendas terem caído mais de 60% devido à pandemia e as candidaturas às linhas de crédito relativas à covid-19 não terem sido aprovadas.
Apesar da situação em que se encontra, a empresa do grupo MoreTextile, detido pelo fundo de recuperação gerido pela ECS Capital, adiantou à Lusa que pretende “apresentar um plano de recuperação aos credores no prazo de 30 dias”.
O pedido de insolvência visa ainda “minimizar os impactos” junto de todas as partes interessadas, nomeadamente os postos de trabalho, apesar dos salários estarem em dia – a empresa tem cerca de 250 trabalhadores, com uma média de idades de 51 anos.
Fundada em 1922, a Coelima viveu o seu auge nas décadas de 60 e de 70, chegando a empregar cerca de três mil pessoas e a ter um grupo de teatro e uma equipa de ciclismo, antes de entrar em crise no final da década de 80 e perder dimensão a partir daí. Em março de 2020, precisamente a altura em que o novo coronavírus se disseminou em Portugal, esteve para ser vendida.