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A partir da Avenida de Londres, a francesinha que vai conquistando o mapa

Bruno José Ferreira
Economia \ sexta-feira, março 22, 2024
© Direitos reservados
Com quartel-general em Paçô Vieira e “casa mãe” na avenida, a Londrina tornou-se, em menos de uma década, numa cadeia de 16 restaurantes, chegou a Paris e reúne cerca de 300 funcionários.

O bloco já composto com o pão de forma, os enchidos e o bife sai do forno para o prato. Uma concha vai à grande panela a ferver e derrama o molho sobre o ovo, entretanto colocado sobre o queijo derretido. “Cuidado, o prato de cima está quente”: está servida mais uma “rainha do menu” da Taberna Londrina, num ritual que se repete há praticamente uma década. Em novembro de 2014, chegaram às mesas as primeiras francesinhas na Avenida de Londres, o lugar que dá o nome a uma cadeia de restaurantes que partiu de Guimarães – onde tem dois espaços – à conquista da “globalização da francesinha, espalhando a cultura gastronómica portuguesa pelo mundo”.

Em menos de 10 anos, a Taberna Londrina reúne um total de 16 restaurantes espalhados por Portugal Continental, e inclusive um espaço em Paris, o primeiro no estrangeiro. “Ao meio-dia, já tínhamos fila de espera no domingo de abertura [03 de março] e o cenário manteve-se por umas cinco horas, até às 17h00”, dá conta Gabriel Batista, responsável de operações da empresa. Tem sido assim o percurso da marca criada em Guimarães por jovens empreendedores, três deles vimaranenses e um de Braga.

“Quisemos abrir um restaurante em Guimarães que tivesse um molho moderno, preenchendo aquela que pensávamos ser uma lacuna na cidade, ao criar um local, um conceito de cervejaria que se apresentasse num menu forte para servir os apreciadores de snack com a melhor seleção de cervejas do país”, introduz Eduardo Xavier, um dos fundadores, juntamente com Francisco Varela. André Novais e Sérgio Cunha juntaram-se ao negócio pouco depois, abrindo o segundo espaço, em Paçô Vieira. “Quisemos fortalecer a nossa presença num restaurante que, apesar de ser na mesma cidade, é distanciado do primeiro, e é estratégico para servir zonas como Fafe, Felgueiras, entre outras”, atira Eduardo. E aí foi dado “um passo importante” para a expansão, ao fim de contas o objetivo inicial: “Tornar a Taberna Londrina numa cadeia de restaurantes”.

 

Francesinha da Taberna Londrina © Taberna Londrina

Francesinha da Taberna Londrina © Taberna Londrina

 

Segredo: o “molho equilibrado” que é “de mais fácil digestão”

Pergunta cliché, ainda que obrigatória. Resposta trivial. Segredo? “O nosso molho”, atiram com sorrisos. A explicação segue logo a seguir: “É a resposta padrão, mas o facto é que o nosso molho é um dos fatores diferenciadores; é mais doce, apesar de termos a opção de colocar mais picante, mais «à moda do Porto», e é de mais fácil digestão. Diferenciamo-nos pelo equilíbrio que conseguimos criar”. Produzido centralmente, o molho da Londrina, o segredo, é sempre o mesmo e igual em todas as casas, dá conta Gabriel Batista, ligado à Taberna Londrina há sensivelmente três anos e meio.

Entrou com sete restaurantes, para abrir e gerir o oitavo, em Lisboa; entretanto já ajudou a abrir outros nove. Tornou-se num dos rostos da operação. “Uma aprendizagem para todos”, garante. A “dinâmica de evolução é constante” numa empresa que já conta com mais de três centenas de funcionários e a todo o momento “tem de se redimensionar” para novas aventuras. “Temos conseguido manter o nosso padrão de qualidade, com uma excelente qualidade/preço”, realça Gabriel, admitindo que a exigência e logística são cada vez mais complexas para “conseguir garantir que os mesmos produtos vão ter às mesmas lojas através dos mesmos produtores”. O objetivo é que “a experiência do cliente seja a mesma em Guimarães, no Porto, em Lisboa ou agora em Paris”.

Com “um lado de cozinha artesanal sempre presente”, é difícil contabilizar o número de francesinhas servidas diariamente. “Milhares todas as semanas” daquele que é o “prato forte” de uma marca ou conceito que vai galgando o mapa. Se é certo que não foi a Taberna Londrina a inventar a francesinha especial, o crescimento dos últimos anos faz dela uma das principais referências a nível nacional na sua difusão. “Todos os dias, felizmente, recebemos pedidos de pessoas para abrir nas respetivas cidades: é sinal de que as pessoas gostam e estão familiarizadas com a marca e com este conceito. Acaba por ser bom sentir a ânsia desde o momento em que anunciamos uma nova abertura até ao momento em que abre”, reflete Eduardo Xavier.

 

Objetivo: “Chegar ao final de 2024 com, pelo menos, 20 restaurantes”

A próxima abertura está já programada. Depois de Paris, a Taberna Londrina abrirá o terceiro espaço no Porto, mais precisamente na Foz. O objetivo passa por, no decorrer do corrente ano, abrir, pelo menos, quatro espaços. “Queremos chegar ao final de 2024 com, pelo menos, 20 restaurantes. É bom, ao fim de quase dez anos, olhar para trás e ver que já estamos espalhados de norte a sul do país e com uma casa lá fora”, apontam os sócios. Além de alargar a presença em território nacional, a ambição passa por, tal como aconteceu em Paris, avançar para outros países na Europa, e até outros continentes.

“Pretendemos globalizar a francesinha, sentimos essa missão de espalhar a cultura e a gastronomia portuguesa pelo mundo”, atestam. A “casa mãe” continua a funcionar na avenida de Londres, no coração de Guimarães, “um caso de sucesso” mesmo sendo “um espaço mais pequeno comparado com outros nos dias de hoje”.  Com capacidade para seis dezenas de pessoas, foi dali que se “catapultou” a Taberna Londrina, que trabalha para uma “ainda maior proximidade com os clientes”.

“Temos alguns projetos em mente e outros e outros a serem desenvolvidos para inovar e digitalizar o negócio. A forma como nos relacionamos com os clientes é uma das prioridades neste ano em que celebramos dez anos de existência”, concluem.

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