16 anos depois a Semana da Dança regressa, por fim, aos palcos de Guimarães
A Semana da Dança regressa a Guimarães, 16 anos após a última edição, entre 6 e 16 de abril, com oficinas, criações, mesas-redondas, conversas, audições e espetáculos, num projeto promovido pela Associação de Dança de Guimarães, com direção artística de Rui Donas e conceito artístico do Quorum Ballet & Daniel Cardoso.
Depois de dois anos de confinamentos, para o Diretor Artístico da Semana da Dança de Guimarães, chegou altura de libertar o movimento e por isso preencher ruas, teatros e museus para a fluição artística descomprometida e sem complexos, com profissionais, jovens bailarinos, partilhando conhecimentos e novos desafios.
“Partilhar e conviver é fundamental. A dança não é para estar fechada”, explicou Rui Donas, para quem é importante “trazer a dança para o meio das pessoas, para a rua, a comunicar com quem passa”.
Neste regresso da Semana da Dança a Guimarães, após um percurso que deixou marcas entre 1994 e 2006, Rui Donas deixou o desafio a outras escolas “para que se aliem ao projeto. Este não é um projeto de ninguém”, sublinhou, enquanto apresentava alguns dos pontos altos desta iniciativa, como o espetáculo Romeu & Julieta, pelo Quorum Ballet, no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor, ou até é o ‘Reencontro’ de Rafaela Salvador e Ricardo Machado, num workshop que nos remete para os primeiros passos da Semana da Dança e projetou alguns dos seus nomes para outras latitudes e dimensões.
Já Daniel Cardoso, do Quorum Ballet, lançou o Romeu e Julieta “com um conceito mais real e ligado à sociedade atual”, explicando que a dramaturgia da peça tem por base que “cada um pode ser Romeu, cada um pode ser Julieta”. Já o SÓS tem um conceito “mais intimista” e é outro dos espetáculos que vai ser apresentado no Paço dos Duques de Bragança e que a companhia havia concebido para televisão aquando dos primeiros meses da pandemia – foi estreado na RTP em 2020.
A par destes espetáculos, o Quorum Ballet também vai promover uma residência artística com os elementos que integram a companhia mais os bailarinos que responderam ao Open Call da Semana da Dança, que mais uma vez promete trazer um outro movimento e colorido a Guimarães, como cidade da criação.
Para o Programador Artístico de A Oficina este é “um momento simbólico” para Guimarães que está “no caminho certo de se tornar numa cidade de criação”, conclui Rui Torrinha.