Conversas com Luís Lisboa, candidato do BE à Câmara Municipal de Guimarães
O objetivo fundamental passava por descobrir aspetos menos conhecidos da figura pública, procurando não resumir o cidadão à imagem do candidato que se apresenta a eleição, visando igualmente surpreender diferentes olhares fora dos holofotes da luta política.
Iniciando a conversa pelos primeiros anos de vida em Pevidém, no seio de uma família pertencente à burguesia industrial de Guimarães, Luís Lisboa afirmou não sentir o peso do nome da família, procurando desde sempre construir um percurso próprio. Não renegando o apelido “Pinto Lisboa”, procurou nunca se deixar aprisionar por ele, sempre numa trajetória de autonomia e descoberta. No que designou por “uma permanente procura de si próprio”.
Reconhece que a paixão é uma das marcas fundamentais da sua vida. A propósito invoca o exemplo dos pais que ele mesmo afirma terem realizado um “casamento por amor com enorme paixão entre eles”. Defende que não teria sido capaz de se envolver em diferentes projetos, seja no campo artístico, como na intervenção social e política, sem essa fortíssima componente da paixão que coloca em tudo em que intervém.
Relembram-se as primeiras descobertas na música e o percurso que realizou, seja como intérprete, Dj ou mesmo enquanto professor de guitarra que, defende, “integravam-se num projeto de criar uma comunidade de cultura alternativa em Guimarães”. Em simultâneo acumula a atividade artística com a prática desportiva, sendo atleta do Xico Andebol desde os escalões juvenis até à atual equipa de veteranos.
Há cinco anos foi pai e esse facto veio trazer novo sentido a algumas das lutas em que se envolve porque, defende, “deixou de ser por nós e passa a ser por ele.”
A atividade desenvolvida nas Atividades de Enriquecimento Curricular é mais uma das vertentes em que intervém de forma apaixonada, procurando desenvolver as capacidades artísticas das crianças. Citando Picasso, defende que todas as crianças são artistas, pelo que se impõe estimular a criatividade dos mais jovens.
A finalizar a conversa faz-se uma breve abordagem à atual intervenção política no Bloco de Esquerda que, defende, vem na sequência natural do envolvimento em movimentos de contestação mais ou menos informais e inorgânicos. Todavia, seria a partir do primeiro confinamento que sentiria uma maior necessidade de intervir de modo mais ativo e permanente. No início acalentou a esperança que esses novos tempos poderiam representar um novo caminho mas, ao invés, identificou práticas marcadas pelo crescimento das notícias falsas que procuravam desvalorizar a perigosidade da pandemia.